Artista plástico descobre o talento para pintura em pacientes com transtornos psíquicos
Um dos principais artistas plásticos contemporâneos do Brasil, Stephan Doitschinoff, também conhecido como “Calma”, foi convidado pelo Museu de Arte Moderna de São Paulo para sair de seu estúdio e ficar diante de uma sala de aula, dentro do Programa Igual Diferente. Mas não para ensinar uma turma qualquer: entre seus primeiros alunos, estavam pacientes de saúde mental de Piracicaba. Quinzenalmente ele lecionava aos alunos no próprio MAM da capital paulista. Para descobrir como despertar artistas na turma, Stephan precisou rever sua própria relação com a educação artística tradicional. Ele conta: “Eu mesmo nunca tiva paciência em salas de aula de arte. Tive que destrinchar minha própria forma de criar e minha trajetória como artista. A solução que encontrei foi conversar com cada aluno, para buscar algo em suas vidas que pudesse ser plasticamente interessante. O problema é que às vezes esses elementos podem ser justamente o conteúdo que eles querem manter abafados a todo custo. Um terreno minado, em que a cada passodeveria ser pisado com gentileza”. Aqui vemos um pouco do saldo, mais do que positivo, nas obras e depoimentos de dois alunos de Doitschinoff.