por Fernando Poffo

Gabriel Medina e Filipe Toledo protagonizam a disputa pelo topo do ranking do mundial de surf

No mês em que o Brasil se divide numa polarização entre esquerda e direita, Gabriel Medina e Filipe Toledo protagonizam a disputa pelo topo do ranking mundial de surf. Não importa o lado que as ondas das últimas três etapas do circuito mundial quebrarem, o Brasil tem tudo para sair vitorioso.

Há uma vantagem para Gabriel se bombarem as esquerdas, direção para a qual ele surfa de frente. Mas o mesmo vale para Filipinho, se Netuno resolver soprar para a direita. Essa diferença ficou clara na última etapa, disputada na piscina de ondas artificiais criada por Kelly Slater, em Lemoore (Califórnia), e na qual todos surfaram para os dois lados. Mas ambos têm surf para levar o caneco de back ou de front.

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A três etapas do fim do circuito é difícil apontar um favorito. A janela da disputa na França está aberta e tem a próxima chamada na madrugada de sexta, 5 de outubro (acompanhe no @wsl).

O líder Filipinho, com 4.100 pontos de vantagem, disse estar preocupado apenas em se manter com a lycra amarela, usada pelo líder do tour. “Essa etapa é decisiva para o Filipinho manter a liderança e conseguir até aumentar na França para chegar a Portugal mais tranquilo. Se deixar para Pipe [no Havaí] vai ser ruim”, analisou o big rider Carlos Burle, que considera o Filipinho mais maduro, mas acha Gabriel perigoso e o vê como um “monstro” no Havaí.

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“Monstro” também foi a definição da lenda Fábio Gouveia ao analisar Gabriel, que vem de duas vitórias seguidas no tour. Fabuloso o acompanhou de perto na última semana em Portugal, mas não elegeu um favorito neste debate. “Está tudo em aberto. O Filipe está evoluindo pra caramba em onda mais pesada também, então segue uma incógnita mesmo se a onda estiver mais pesada. Os dois são excelentes e prefiro não apostar em ninguém porque não dá mesmo”, disse um Fabinho indeciso, mas feliz por ver o caminho que ele ajudou a abrir para os brasileiros no circuito está consolidado. “Falo com os gringos e eles estão impressionados com essa e já com as próximas gerações.” Pelo menos no surf, o Brasil tá tirando onda nas esquerdas e nas direitas.

Créditos

Imagem principal: © WSL / Cestari

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