O surfista brasileiro que dominou a arte dos tubos

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Ídolo de Gabriel Medina, Ítalo Ferreira e Chumbinho, Bruno Santos é especialista em desafiar por dentro as ondas mais perigosas do planeta

Muito antes de Gabriel Medina e Tatiana Weston-Webb brilharem em Teahupo'o durante a Olimpíada de Paris, outro brasileiro já havia feito história nessa onda, considerada uma das mais perigosas e icônicas do mundo. Em 2008, Bruno Santos, então com 25 anos e se recuperando dos quinze pontos que levara na perna, derrotou os melhores atletas do planeta para conquistar uma das vitórias mais inesperadas da etapa no mundial de surf.

Hoje, aos 41 anos e consagrado como um dos maiores surfistas de tubo do mundo, Bruninho bateu um papo com Paulo Lima no Trip FM. Ele falou sobre sua carreira, estilo de vida, o cotidiano na Indonésia, paternidade, pesca submarina e muito mais. Você pode ouvir o programa no Spotify e no site da Trip.

Trip. Você acha que os surfistas estão esquecendo de um lado menos competitivo do surf?

Bruno Santos. O surf hoje é muito grande. Tem quem leve para o lado mais competitivo, outros que vivem como uma religião, e também aqueles que trabalham para poder surfar no tempo livre. Eu sou da parte mais romântica. Depois de ter surfado sei lá quantas horas de tubo na minha vida, ainda continuo viciado, apaixonado por essa busca, essas missões: barco, moto, voa, tudo procurando essa paixão.

O que você aprendeu sobre surfar tubo depois de todos esses anos? Quanto o fator perigo influencia? O tubo é um mix de técnica, claro, conhecimento e timming. Mais da metade do trabalho é o posicionamento antes. Os melhores tubos são em ondas perigosas, de bancada rasa, então o risco está sempre presente. O fator perigo está presente. É o que torna especial. Três segundos dentro dele parecem uma eternidade.

Você já imagina o que vai fazer quando o corpo não permitir mais pegar essas ondas? Brinco que não gosto de surfar, gosta de pegar tubo. O que me move é a adrenalina, é o coração bater forte. No momento em que o meu corpo não estiver bem o suficiente para pegar essas ondas maiores, fico com medo se eu vou ter o tesão de surfar ou se vou partir pra outra coisa.

Créditos

Imagem principal: Reprodução / Instagram / @kaiquephoto

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