Teste do sofá: Barbara Thomaz

por Milly Lacombe
Trip #141

A pior cantada possível para Barbara Thomaz é a dos sujeitos que dizem que ela é “bárbara”. Como vocês podem ver (e ler) a seguir, essa estudante de moda e apresentadora de TV vai muito além

Escorpianas. Preste atenção nelas. A dica é boa. Sabe-se lá por que – e não é o caso de entrarmos agora nesses pormenores zodiacais – toda mulher regida por esse signo é sexualmente evoluída e atirada. Para elas, sexo não é tabu. Pelo contrário.

Porque me interesso sexualmente por mulheres e por essas peculiaridades astrológicas, nessa ordem, a primeira pergunta que fiz a Barbara Thomaz quando ela entrou pelo restaurante onde nos encontramos para este papo foi: "Qual o seu signo?". Bingo. Escorpião. Ulalá. Prato cheio para a entrevista. Afastei a xícara de café que estava tomando e me debrucei um pouco mais na direção dela. Barbara estava agora sentada do outro lado da mesa, bem à minha frente, esperando pela próxima pergunta, olhos colados aos meus. "Então você gosta de sexo?”, mandei. "Adoro!”, respondeu sem titubear, debruçando-se um pouco mais em minha direção, que era para não deixar dúvidas da veracidade da informação. "Se vejo um cara muito bonito na balada rapidamente começo a pensar coisas, a imaginar ele de certos jeitos...” É. Escorpiana, de fato.

Não foi difícil adivinhar que esse jeitão seguro e determinado, somado ao cabelo ruivo, ao corpo sarado e esguio e ao rosto esteticamente equilibrado, inibe a rapaziada. "Inibe mesmo”, confirma Barbara, que pede que a chamemos de Babi. "Se tem uma coisa que eu não gosto é de homem que chega gaguejando. Quer chegar, chega firme. Mas não abusa. Seja criativo. Não me venha com cantadas e frases prontas.” A dica tá dada.

Do jeito que ela gosta, encontrou poucos parceiros na vida. Todos mais velhos. À exceção de um, justamente o primeiro deles, com quem Babi descobriu, aos 16 anos, os prazeres da carne. "Na real, eu descobri bem antes, ainda garota, brincando no sofá da sala, mas foi com esse namorado que eu pude realmente brincar com o corpo humano, com tudo o que ele pode oferecer.”

SURFISTAS FORA DO PÁREO
Filha única de um casal de empresários do ABC paulista, Babi foi educada para herdar a fábrica de matéria- prima para produtos de limpeza dos pais. Mas colocou na cabeça que ia fazer faculdade de moda e peitou a família. Porte e jeito de modelo, não teve dificuldade para fazer uns bicos em comerciais na TV enquanto se matriculava na Santa Marcelina, a mais conceituada faculdade de moda do país. Por essas acaba de estrear um programa de TV diário, o No Break, que vai ao ar toda noite na Mix TV com os melhores videoclipes que estão rolando.

Morando sozinha em um apartamento em Higienópolis, bairro nobre de São Paulo, é dessas mulheres à la Danuza Leão, que se bastam na vida. "Não preciso de homem perto de mim. Desentupo pia, troco torneira, monto móveis. Fui criada assim e adoro ficar sozinha.” Mas gosta também de sair para a balada e exercitar sua hiperatividade dançando loucamente a noite inteira, sem prestar atenção (prestar atenção não é de seus fortes) no dia seguinte. Seu jeitão arrojado faz com que ela sinta atração pelo medo. "Adoro a sensação de sentir medo, aquele frio na espinha”, confessa. "Gosto disso e de homens que me façam rir”, deixa cair.

Fim de semana é em Maresias, Canto do Moreira, andando pela praia, olhando o mar. Esse é o cenário ideal para ela, que diz não gostar de se relacionar com surfistas. "Não dá pra competir com a prancha do cara”, ensina. E eu fico pensando quem em sã consciência vai trocar aquela mulher por uma prancha. Mas tem louco pra tudo e eu resolvo ir em frente. E vale a pena, porque ela começa a contar que uma das coisas que mais a excitam é sexo verbal. Aquele papo quente que antecede a transa. "Mas tem cara que não consegue, que fica tímido, que não segura o tranco. E disso eu não gosto.” Digo, em defesa da classe, que mulheres são boas nesse nheco-nheco verbal. E ela pega a deixa. "São mesmo. E, se um dia me interessar sexualmente por uma mulher, deixo rolar. Não admito publicamente, porque no fundo sou bem careta, mas deixo rolar. Porque é aquilo que eu te disse, pra mim não tem tabu nessa história.”

E eu acredito. Porque tenho fé no ser humano que vive pelo velho e bom lema "no amor e na guerra tudo é permitido”. Babi é uma dessas almas evoluídas. No fundo, nem precisava ser tão bonita.

Créditos

Imagem principal: Marcio Simnch

Marcio Simnch

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