Desculpaê, Picasso

O grafiteiro David Choe pintou as paredes da sede do Facebook e virou milionário por isso

Já faz tempo que a arte de rua ganhou status de arte mainstream e é vendida a altos preços nas galerias de todo o mundo. Mas a ideia de que um muro grafitado seria uma das obras mais bem pagas da história parece tão improvável quanto um site de relacionamentos se tornar um dos maiores negócios da história da internet. Felizmente para o grafiteiro David Choe e para Mark Zuckerberg, de vez em quando a zebra leva o páreo. Em 2005, o executivo Sean Parker convidou Choe para pintar a primeira sede do Facebook. Foram oferecidas duas opções ao artista: ser pago em dinheiro ou em ações da companhia. “Como gosto de apostar, preferi ações. Eu acreditava no Facebook, mas acreditava mais em Sean Parker. Apostei meu dinheiro nele.” Acertou em cheio. Com a venda pública das ações, os papéis de Choe devem chegar a US$ 200 milhões – talvez mais. Com a conta-corrente polpuda, vieram os interesseiros. “Um dia eu estava em casa assistindo a filmes pornô, meu telefone tocou e uma garota com quem tive um caso me disse: ‘Posso te fazer boquetes por todos os dias da sua vida se você me der US$ 2 milhões’”, diverte-se o artista, que já foi até ladrão de bicicletas antes de se tornar milionário.

Estilo grafite, valor surrealista

Entre os quatro quadros mais valiosos do mundo, três estão mais em conta do que o trabalho de Choe. Compra lá, Zuckerberg:

1. Os jogadores de cartas, Paul Cézanne (1890-1895), US$ 250-300 milhões
A terceira pintura da série de cinco do pintor impressionista francês foi vendida para a família real do Qatar.

2. Nº 5, Jackson Pollock (1948), US$ 140 milhões
O quadro foi supostamente comprado pelo executivo David Martinez das mãos de David Geffen, criador da gravadora Geffen e da produtora Dreamworks.

3. Mulher III, de Willem de Kooning (1953), US$ 137,5 milhões
O banqueiro Steven A. Cohen comprou a tela de David Geffen (ele de novo).

4. Retrato de Adele Bloch-Bauer I, de Gustav Klimt (1907), US$ 135 milhões
A obra saiu das mãos de Maria Altmann (sobrevivente do holocausto cuja família teve cinco pinturas de Klimt roubadas pelos nazistas) direto para a coleção da galeria Neue.

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