Quando o futebol não era pop
O Negro no Futebol Brasileiro, de Mario Filho. Mauad, 344 págs.
Uma das melhores aulas impressas de história do Brasil. De colocar na sala o mais gazeteiro dos alunos.
Explica como o futebol de palacetes e ternos, ainda no berço, resistia ao contato e balanço dos negros e pobres.
Tira a roupa da eterna imagem de popular desse esporte, comum a brancos e ricos, que foi driblado pela habilidade dessa gente bronzeada, obrigada a se desfigurar para ser aceita naquele exclusivo círculo de ternos, chapéus, longos e sombrinhas.
Ao lê-lo, é inevitável lembrar de um verso de "Haiti", de Caetano Veloso e Gilberto Gil: "Quase todos pretos, dando porrada na nuca de malandros pretos".
No futebol, o Haiti já foi aqui.
Paulo Cesar Vasconcellos, comentarista de futebol da ESPN Brasil