Marcos Palmeira participa de projeto contra as injustiças aos povos indígenas
Com a mão sobre a testa, Marcos Palmeira – homenageado pelo Trip Transformadores em 2008 – diz que está até aqui com o desrespeito aos povos indígenas. E ele não é o único. A campanha Tamuaté-Aki, lançada recentemente pelo Projeto Uma Gota no Oceano, reuniu vários artistas para apoiar as mobilizações que povos indígenas têm feito Brasil afora nos últimos meses.
É que, no Congresso Nacional, uma lista interminável de projetos de leis e emendas constitucionais tenta retirar dos índios os direitos conquistados por eles na Constituição de 1988. “Querem liberar as terras indígenas para a plantação de monocultura, hidrelétricas, gado, mineração. Já imaginou o que isso representa para as nossas reservas naturais?”, questiona Marcos no novo vídeo do projeto.
O tema não é novo para ele. Tampouco distante. Quando tinha 15 anos, o pai cineasta, Zelito Viana, tinha acabado de filmar o documentário Terra dos Índios, em vários cantos do país. Quando voltou para casa, no Rio de Janeiro, veio com visitas: alguns índios Xavante, que acabaram passando três meses hospedados por lá.
Marcos ficou encantadíssimo com aquilo tudo e não pensou duas vezes. Pouco tempo depois, era ele quem se mandava para o interior do Mato Grosso, onde passou dois meses vivendo em uma aldeia Xavante. Nunca mais foi o mesmo. Inclusive no nome: saiu de lá batizado pelos indígenas não como Marcos, mas como Tsiwari, que significa ‘sem medo’.
De lá para cá, produziu documentários sobre povos indígenas, conseguiu emplacar um programa de TV dedicado a eles, colaborou com o Museu do Índio... E assim, destemido, ele segue dando voz aos mais de 800 mil indivíduos que penam para viver e manter viva sua cultura tradicional no Brasil. “Lembre-se: os índios são apenas o começo”, avisa Tsiwari.