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Sem cara e com coragem

A luta secreta do repórter sem rosto da Rede Globo, Eduardo Faustini

Sem cara e com coragem

Por Redação

em 2 de julho de 2012

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Em uma entrevista muito diferente do habitual nas Páginas Negras da Trip, um dos maiores repórteres investigativos da história do Brasil abriu o jogo. Sem revelar nada sobre sua vida pessoal – medida de segurança, é claro – Eduardo Faustini falou sobre como é viver incognito e ter participação ativa em algumas das prisões e denúncias mais contundentes dos últimos 20 anos. Fingiu ser um idoso para delatar os maus-tratos em asilos; passou-se por caminhoneiro para mostrar os esquemas de propina nas rodovias; foi secretário interino na prefeitura de São Gonçalo (RJ) para escancarar a corrupção no município; deu provas definitivas para as prisões de Comendador Arcanjo, chefão do crime organizado em Mato Grosso, e de Hildebrando Pascoal, o deputado da motoserra. 

Suas reportagens expuseram políticos, traficantes, empresários e pedófilos. Ele já se infiltrou nas maiores organizações criminosas do país e viu companheiros de muitos anos, como o também repórter Tim Lopes, perderem a vida ao serem descobertos. Mesmo assim, sua luta segue firme: “Não investigo para punir, mas para informar”.

Eduardo Faustini: 'Só não abro mão de assinar as reportagens. Tenho que existir de alguma forma' / Créditos: Arquivo pessoal

“Eu miro sempre nos peixes grandes, mas é aquela história: às vezes você quer pegar o tubarão e acaba pegando vários bagrinhos. Acontece de um laranja pegar cinco anos de cadeia e um assassino sanguinário pegar dois. É engraçado no Brasil: quando um crime vira escândalo nacional, parece que as penas aumentam. Mas aì eu não tenho o que fazer. Não costumo nem acompanhar o desenrolar de cada caso, já foco na próxima reportagem”, desabafou na entrevista publicada na Trip #196.

“Tenho oito seguranças cuidando de mim há oito anos, 24 horas por dia. Eles se revezam, tem sempre três trabalhando. Só ando de carro blindado, tenho que usar colete à prova de balas de vez em quando. A Globo é mais preocupada com a minha vida do que eu. Acho que ninguém melhor do que eu mesmo para medir o risco que eu corro. Mas respeito a decisão deles.”

Leia mais em: http://trip.elav.tmp.br/revista/196/paginas-negras/o-cara-sem-cara-da-globo.html

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