Passam os homens...

por Lia Bock

Mas ficam as vísceras, as lágrimas, as feridas, aquelas malditas fotos em Moreré...

Ficam as vísceras, as lágrimas, as feridas, aquelas fotos em Moreré...

Seria ótimo se a vida fosse tão simples quanto a frase “a fila anda”. Anda pra quem, né? Essa parte é bem importante, mas ninguém fala. A fila anda pra quem tá em pé, forte, viril, a milhão. E esses costumam não ser aqueles que realmente desejam que a fila ande. Porque, cá entre nós, há alguns momentos da vida em que, mesmo que haja uma fila, ela não anda. E quem quer saber de bofe novo quando está na lama? Quem tem olhos para a fila quando o amor da vida acabou de partir levando o cachorro que você aprendeu a chamar de seu? E se por um instante a gente levanta os olhos para espiar a tal fila, a chance de a visão ser terrível é imensa. Chatos, sebosos, bêbados, metrossexuais passivos e um antigo colega de escola que parece mais um serial killer a te perseguir no facebook:  Fila de merda. Na verdade, neste momento “ninguém-me-ama-ninguém-me-quer”, não há uma pessoa no mundo que preste. Nem se o James Franco estivesse ali parado com a senha de número 01... Bom, talvez nesse caso desse para mudar de ideia. Mas, infelizmente, James Francos nem sempre estão dando sopa no mercado. A fila dificilmente anda para quem passa o dia a cantarolar Adriana Calcanhoto: “Entre por essa porta agora, e diga que me adora, você tem meia hora pra mudar a minha vida...”.
Se a fila anda, por certo não é para os dilacerados e encalacrados afins. Pena. Afinal, como bem filosofou Amandinha em seu Twitter: “A fila anda, mas a catraca emperra”. Gênia! Não é à toa que é mulher pra lá de 20 mil seguidores: @cherguevara

 

Para seguir: @euliatulias

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