O vazado é o rasgado inteligente

por Nina Lemos
Tpm #112

Nina Lemos pede ajuda de Dudu Bertholini para testar a nova aposta do mundo fashion

A tendência agora é usar roupa rasgada, só que na verdade se chama "vazado". Uma nova maneira de falar praticamente da mesma coisa. Inconformada com a loucura do mundo da moda, nossa repórter foi atrás do estilista Dudu Bertholini para aprender e entender do que se tratava – e ensinar a você como fazer uma roupa vazada. Resultado: uma loucura maior ainda

"O vazado é um rasgado concretista! Um rasgado inteligente!" A frase é do estilista Dudu Bertholini e você vai perceber que ela faz todo sentido. Explicando. Uma das tendências de moda para o verão é o vazado. Depois de ver no São Paulo Fashion Week algumas peças com buracos e uma colega ser elogiada porque "já estava na tendência" (e ela trajava uma camiseta com dois buracos simétricos) fiquei intrigada. Ora, roupa rasgada já existe faz tempo! E foram os punks que inventaram. E eles rasgavam sozinhos, não pagavam fábulas para comprar uma roupa assim. E por que chamar de vazado?

Mas naquela tarde em que encontrei com Dudu (amigo e inspiração) tudo ficou mais claro. "O vazado é cabeça. Aquela blusa que você tem da Neon tem um vazado tão inteligente que chega a ser um vazado nerd." Dudu falava de uma camisa lenço (linda!), que é meio pendurada pela gola. Quer ter uma camiseta com rasgado inteligente? Dudu fez uma para a gente. "Com ela você pode chegar superinteligente num vernissage", explica o estilista. Acompanhe o passo a passo:

1 Pegue uma camiseta preta. Com uma tesoura, corte a manga na parte de trás e da frente, para que ela seja transformada em uma alça.

2 Pegue um bottom de banda, um broche chique (se você for chique) ou um alfinete e faça com que "a alça" passe por dentro dele. Assim, você pode ajustar do tamanho que quiser.

3 Faça um rasgo na outra manga para que ela fique caída e inteligentíssima.

4 Seja radical e corte a camisa no meio! Amarre as duas partes, deixando o vazado aparecendo na barriga. E pronto.

Sim, eu servi de modelo de prova do test drive. Virei uma espécie de Barbie abravanada naquela tarde. "Agora segura o modelo, isso, faz cara de que é naturalíssimo estar assim com essa camiseta. Você vai se amar na foto", disse o meu amigo. Fiz cara de inteligente. E me senti, assim, praticamente uma artista plástica de arte contemporânea que já expôs em Berlim!

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