A não entrevista do mês
Quando este texto for publicado, provavelmente já teremos sido todos abduzidos. Estaremos falando sobre a vida de pessoas que não conhecíamos até o dia 14 de janeiro e brigando na internet ou na firma para defendê-las ou atacá-las. Os anos passam. E a maioria de nós continua contraindo o vírus BBB.
A doença é contagiosa e toma conta de toda a mídia. Em breve saberemos que o professor clone do Jean Willys (repararam?) está brigando com o advogado homofóbico, que um dos participantes foi selecionado depois de uma prova para ver o Carnaval no sambódromo e que alguns deles andam fazendo sexo embaixo de um edredom. Isso é tudo imaginação. Mas, bem, não precisamos ser cartomantes (como um dos participantes) para saber o que vai acontecer. Afinal, são anos de vício. Anos de meses da vida desperdiçados.
A síndrome de abdução do BBB é tão esquisita que simplesmente somos incapazes de lembrar quem ganhou ano passado. Ou ano retrasado. Ficamos abduzidos por um tempo e depois esquecemos que isso aconteceu, como se tivéssemos tomado uma droga.
Como já sabemos de tudo isso, não publicaremos nesta revista entrevistas com participantes do reality nem mesmo, se estivermos loucas de vontade, piada com o reality faremos. Esta é a única e a última vez que falamos sobre o BBB 14 nesta revista. Será?