Em defesa pela escolha do local do parto, mulheres protestam no próximo final de semana
A iniciativa de realizar a Marcha do Parto em Casa surgiu depois do anúncio de uma denúncia do Cremerj (Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro) ao Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo contra o médico-obstetra e professor da Unifesp, Jorge Francisco Kuhn. Em declaração para matéria do Fantástico (TV Globo) no último domingo, o médico se posicionou favorável ao procedimento domiciliar, desde que esse seja realizado em condições seguras. Seu depoimento teve muita repercussão, especialmente entre mulheres que defendem o parto como escolha e experiência primordial da mãe.
Em resposta à decisão dos Conselhos de Medicina em punir profissionais que compreendem como sendo da mulher a decisão sobre o local do parto, a marcha pretende reivindicar, além da defesa pelo direito à liberdade de escolha, a humanização do parto e nascimento e melhoria das condições da assistência obstétrica e neonatal no país. Outra questão forte é a denúncia às altas taxas de cesarianas que posicionam o Brasil entre os primeiros colocados do ranking mundial em número de procedimentos, com 52%.
A rápida resposta ao ato da Cremerj surgiu do movimento Parto do Princípio, que envolve mulheres de todo o país em defesa do parto humanizado. Ingrid Lotfi, uma das porta vozes da marcha, comenta o posicionamento das manifestantes sobre a importância de conceder à mãe o direito de escolha do melhor procedimento e fala de dos recentes estudos que comprovam a segurança do parto domiciliar: “Consideramos a decisão dos Conselhos de Medicina arbitrária. A mulher tem o direito de decidir sobre o local em que pretende parir. Há vários estudos comprovando a segurança do parto domiciliar, os mais recentes publicados em 2011. De acordo com estudo realizado na Holanda, analisando os dados de 679.952 mulheres de baixo-risco cujos partos foram atendidos entre 2000-2007, e que tiveram a chance de escolher entre parto domiciliar ou hospitalar, evidenciaram 0,15% de morte perinatal para o parto em casa e 0,18% para o parto hospitalar.”
Aqui o link para a petição pública do movimento, que defende um debate cientificamente fundamentado sobre o local de parto. Abaixo, a lista com as cidades, locais e horários em que a marcha acontecerá.
Vai lá:
Local: Marco Zero, Recife Antigo
Data: 17 de junho, domingo
Horário: 15h
Contatos: Paty Brandão (81) 8838-5354/9664-7831, Patricia Sampaio Carvalho
Fortaleza - CE
Local: Aterro da Praia de Iracema
Data: 17 de junho, domingo
Horário: 17h
Contato: Semírades Ávila
Salvador - BA
Local: Cristo da Barra até o Farol
Data: 17 de junho, domingo
Horário: 11h
Contato: Daniela Leal (71) 9205-9458, Anne Sobotta (71) 8231-4135 e Chenia d'Anunciação (71) 8814-3903 / 9977-4066
Maceió - AL
Local: Alagoinhas, até a Praça Vera Arruda
Horário: 10h
Contato: Fernanda Café (82) 9107-3111