Descubra quem é a mais polêmica apresentadora da TV
Ela tem fama de burra, de golpista e comanda um programa taxado de “bagaceiro”. Mas é assistida diariamente por milhões de brasileiros, nunca tomou um processo nem mostrou sua casa em revistas. Pela primeira vez, Luciana Gimenez baixa a guarda e abre a sala, o quarto e o banheiro – além do estúdio do SuperPop – para a Tpm. Esqueça tudo o que já ouviu falar sobre a mãe do caçula do Mick Jagger e tire suas conclusões
Você pode estar se perguntando o que Luciana Gimenez faz na Tpm. Por que daríamos voz à mulher considerada burra por cometer erros de português, aquela que “deu o golpe” em Mick Jagger e em um dos donos da emissora em que trabalha? Deixamos o diz que diz às mídias especializadas e passamos três dias na cola dela para descobrir quem é, de fato, a apresentadora do SuperPop – a única do Brasil a segurar, há oito anos, um programa quatro vezes por semana, ao vivo, no horário nobre da TV aberta e um dos maiores faturamentos da RedeTV!. Ela topou. E não fez restrições – nem na hora do banho.
Às 10 horas de uma quarta-feira, cheguei a Alphaville (SP), na casa que ela divide com Marcelo de Carvalho e Lucas Jagger. Encontrei a paulistana, de 38 anos, com cara de sono e de pijama. O cabelo, despenteado, estava preso por um frufru que parecia feito dos pelos dos três cachorros e dos quatro gatos, todos brancos, que habitam a casa. Na tela do computador, seu filho, de 9 anos, aparece de óculos escuros e com a língua para fora. Luciana nunca divulgou essa foto nem as que decoram o quarto do garoto, em que Mick Jagger sorri ao lado dela e de Lucas – que tem a boca do pai.
Filha da atriz Vera Gimenez e enteada de Jece Valadão (rei das pornochanchadas), Luciana faz questão de colocar o filho para dormir antes de ir trabalhar. Fecha a porta do quarto e só sai de lá quando o pequeno embala no sono. Além desse cômodo, da suíte do casal e de dois closets lotados, Luciana tem um quarto só seu, cheio de livros – de romances água com açúcar em inglês a Quando Nietzsche Chorou (de Irvin D. Yalom): “Leio várias coisas ao mesmo tempo”, garante ela, pingando de suor durante a aula particular de astanga ioga – que pratica há seis anos e que mudou sua vida. “Antes da ioga ela era explosiva”, revela Benê, cozinheira que já comandou as panelas de Lucilia Diniz e de Celita Procópio de Carvalho (dona da Faap), até começar a servir legumes orgânicos para Luciana, há sete anos.
Pronto, falei
Apesar de seu 1,81 metro e do jeito “pronto, falei”, os 12 funcionários de sua casa e outros da RedeTV! garantem que Luciana não dá chiliques. “Ela não é de gritar. Dá bronca, mas com jeito”, conta Fabiano, assistente pessoal da apresentadora.
Ela usa com frequência a palavra “integridade”, não faz parte do time de celebridades que termina e reata namoros em revistas, desistiu de ser médica por não gostar de estudar e adora assistir ao canal a cabo Animal Planet. Além de atrações como mulheres-frutas, atrizes pornôs e desfiles de lingerie, Luciana já recebeu Geraldo Alckmin, Washington Olivetto e o próprio Mick Jagger no SuperPop, assistido diariamente por cerca de 250 mil pessoas (só na Grande São Paulo), das quais 60% são de classes A e B, segundo o Ibope. E nunca sofreu um processo na Justiça.
Esta entrevista começou na hora em que ela tomava banho. “Vem cá”, gritou. Sentei, então, na tampa do vaso e a vi tirar xampu do cabelo ao mesmo tempo que contava o que pensa. Quatro horas depois, já sentadas em sua cama, ela interrompia o papo para beijar suas cachorras na boca. Misturando inglês com português depois de morar 15 anos fora do Brasil, Luciana fala de dinheiro, qualidade de seu programa, Mick Jagger e sobre como vive em paz apesar de tanta gente ser paga para pensar... na vida dela.
Tpm. Por que te chamam de burra?
Luciana Gimenez. Não chamam mais, hein? A mídia brincou: “A Luciana não fala português, é burra”. Eu mudei do Brasil com 16 anos e perdi a fluência. Passei 15 anos falando inglês, francês [italiano, espanhol e alemão, quando era modelo na Europa e nos Estados Unidos]. As pessoas “jogaram pedra na Geni”, hoje se sentem culpadas e têm um carinho extra por mim. Imagina, você pichou um negócio, aí um dia assiste e fala: “Putz, é legal”.
Em 2004, você falou: “Não sou paga para pensar”, durante um debate no programa. O que quis dizer? Estou no programa para retratar a vida dos outros, não para pensar e dar opinião. Eu devia ter dito: “Não sou paga para dar opinião”. Porque sou o quê? Guru do mundo? Tenho opinião sobre tudo, só que aqui, com minhas amigas. O programa não é minha casa.
O SuperPop é um programa de baixaria?
Não. É de conflito social [risos].
Qual a linha que divide a baixaria do conflito social?É a que o povo quer assistir, é TV aberta. As pessoas falam: “É bagaceiro”. E daí? Olha, eu conheço gente chique no mundo inteiro. Princesa, xeique, artistas... Todos têm um lado bagaceiro. Se não der Ibope, me tiram do ar. Mas, por exemplo, o diretor queria trazer o [jornalista esportivo Jorge] Kajuru. Eu disse: “Não”.
Por quê? O cara saiu da RedeTV! [em 2002], e um dia o vi dizendo que “a Luciana trata todo mundo mal na emissora”, num programa de TV. Fiquei puta. Só processei duas pessoas na vida: ele e uma fotógrafa que tirou foto do meu filho e publicou sem autorização. Eu nunca briguei com ninguém na RedeTV! e ganhei o processo. Agora ele publicou em sites que quer aumentar o pênis [risos]. Achei engraçado, mas não vou trazê-lo ao programa. Meu diretor fala: “Mas dá Ibope”. Não quero saber de Ibope às minhas custas.
Você tem vontade de fazer outro tipo de entrevista? Eu faço. Fiz Collor, Britney Spears, Bryan Adams, Mick Jagger, Marta Suplicy. A gente vai de A a Z. Fiz programas sobre parto na água, HPV, câncer de mama. Mas essas coisas não dão Ibope.
As classes A e B são 60% do seu público, né? É. As pessoas falam: “Eu estava zapeando”. Não, estava assistindo! Qual o problema?
Fiquei ao lado do diretor, Marcelo Nascimento, durante o SuperPop e vi que você repete algumas coisas que ele fala pelo ponto... Trabalhamos em conjunto, mas na maioria das vezes eu que digo, não gosto que fale muito. Se é uma entrevista séria, tenho uma linha de pensamento. Quando é corriqueira, ele dá ótimas ideias. Meu marido às vezes liga: “Fala para ela perguntar isso”. Normalmente acato, é ele que paga o salário de todo mundo [risos].
Em 2008, quando a garota Isabella foi jogada do apartamento do pai, vocês passaram uma semana explorando essa história. Com que objetivo? Gosto de casos de assassinato. Estou sempre em busca da verdade, seria uma ótima investigadora.
Achava que poderia descobrir coisas que nem a polícia havia descoberto? Acho que a curiosidade é poderosa. Como uma pessoa tem coragem de matar? E deu Ibope.
Explorar o assunto não piora o sofrimento da família? Piorar o que, se jogaram a menina da janela? E a mãe deu uma entrevista para o Fantástico... Mas também teve coisas físicas, que aconteceram com a menina, que não expus.
Já aconteceu de, na hora de entrar no ar, você dizer: “Me recuso a falar isso”? Já. Na época em que o Lucas era menor, eu não tinha tempo de ver as pautas. Agora sei com antecedência o que vai entrar. Mas uma vez cheguei e o pessoal da produção falou: “A gente vai falar da celulite de fulana”. Queriam que eu apontasse a celulite. Eu falei: “Não vou fazer isso”. Sou mulher, imagina se fizessem isso comigo?
Mas essa segurança você conquistou? Essa segurança veio quando passei a ter o coração no programa. Uma vez, eu estava entrevistando a mãe da modelo [Ana Carolina Reston, em 2006] que disseram que morreu de anorexia. Ela estava chorando. De repente, o Marcelo falou: “Vai pro ‘merchan’”. A menina tinha acabado de morrer e eu ia falar para as pessoas fazerem dieta? Fiquei atônita. “Não posso fazer isso.” O diretor falando pelo ponto: “Vai, Luciana”. E eu, nada. Aquela coisa tensa. Até que falei: “Vou pros comerciais”.
No programa você sempre faz comentários do tipo: “Olha que magrinha”. Isso não reforça a ideia de que a mulher para ser bonita precisa ser magra? Gostaria de não ter essas coisas com comida, mas tenho. Os anos de modelo me deixaram sequelas. Tinha sempre que ser mais magra do que conseguia. Mas nunca fui anoréxica nem bulímica, não conseguia vomitar. Todo mundo vomitava e usava droga [nos anos 80 e 90]...
Você usou droga? Tomei remédio para emagrecer. Mas hoje minha alimentação é superbalanceada. Comer demais faz mal, é muita toxina para o corpo digerir e expelir. Quando alguém engorda mostra que não está bem consigo mesmo. Agora, se a pessoa é cheinha e saudável, legal.
Você disse que engordou bastante durante a gravidez... Trinta quilos. Fiquei uma bola, me batia inteira, andava e sentia as coisas balançando. As pessoas falam: “Não consigo emagrecer”. Mentira. Você não quer emagrecer. Porque não é fácil, mas todo mundo consegue, tem que querer muito. Para voltar dos 89 quilos para os 58 eu levei oito meses, numa dieta xiita. E dei de mamar oito meses para o meu filho. Fiquei assim [levanta o dedo mindinho] só de raiva [risos].
Por que você engordou tanto? Foi uma gravidez muito cobrada, difícil. Chorei por nove meses. Achei que meu filho fosse nascer com problema de tanto que eu chorava. Eu estava sozinha, não tinha apoio de ninguém. A imprensa inteira me enchendo o saco. Travei tudo, me recolhi. Sabe o que é acordar e ver estampadas nos tabloides mentiras sobre você? Descobriram a senha do meu e-mail, fui expulsa de um apartamento na Inglaterra e de outro na Austrália porque a imprensa não parava de tocar a campainha. As pessoas me seguiam, vendiam fotos, histórias, mentiras. Eu descontava na comida.
Você pensou em abortar? Não. O que me dava força é que me apaixonei pela barriga. Quando temos uma coisa certa, fica tudo claro e é mais fácil enfrentar as dificuldades. Eu arrumava as roupinhas, fazia tricô... Me incomodava quando as pessoas falavam: “É o filho do Mick Jagger” e botavam a mão na minha barriga. Eu falava: “Tira a mão da minha barriga!”.
Você tinha certeza de que era dele? Claro. Eu estava saindo com ele. Só se fosse da Imaculada Conceição [risos].
Como você contou para o Mick? Contando: “Estou grávida”. Mas não foi fácil, ele estava saindo de uma relação, fez o melhor possível. Não gosto de entrar na intimidade dele, que é um cara muito legal, experiente. Hoje o Lucas é o amor da vida dele. A gente briga pra ver quanto tempo cada um passa com o menino.
Ele ainda era casado com a Jerry Hall (modelo e atriz americana e mãe de quatro dos sete filhos de Mick Jagger)? Aí tem que perguntar pra ele. Mas não é bem como acham. Senão, eu teria ficado grávida por mais de um ano. Porque falam que cometi “atos ilícitos” naquela festa [na casa do empresário Olavo Monteiro de Carvalho, no Rio de Janeiro, em 1998, quando Luciana conheceu Mick Jagger].
Ouvi uma história de que vocês teriam transado num canil... Também já ouvi essa. Ou na pia do banheiro.
E o que aconteceu? Fui convidada pelo Olavo e resolvi ir de última hora. Sabia que o Mick ia, todo mundo falou: “Cuidado, é uma pessoa do Rolling Stones”. Porque eu já tinha namorado o Rod Stewart [aos 17 anos, por três meses]. Falei: “Não quero mais enrosco”. Cheguei tarde e fiquei conversando com um barman. De repente senti um vulto. Quando olho, estava o Mick. Pensei: “Meu Deus, não se mexe, daqui a pouco passa”. Aí o cara começou a falar comigo. “Hi. Do you speak english?” [Luciana fala devagar, como se não tivesse fluência]. I said: “Yes”. E ele: “Where do you live?”. I said: “London”. E ele: “London? Por que está falando assim?”. E eu: “Porque você falou assim comigo” [risos]. Eu saí correndo. A Glória Maria estava com a gente, viu tudo. Na hora do jantar, ele guardou um lugar para mim, me puxou. Ele perguntou se eu queria ir ao show deles no dia seguinte. Eu disse: “Quero”. Ele falou que mandaria os convites e fui embora. [A Tpm conversou com Glória Maria, que contou a mesma história relatada por Luciana e ressaltou: “Todas as mulheres da festa andavam atrás do Mick, mas ele se encantou pela Luciana e ficava atrás dela. Uma hora, ela ainda comentou: ‘Mas ele está meio velho!’”. Risos.]
Vocês nem se beijaram nessa noite? Imagina! Você acha que eu sou mulher de beijar alguém que acabei de conhecer numa festa? No dia seguinte, fui ao show, mas cheguei supertarde. Ele ficou bravo, me levaram para o camarim. Eu falei: “Não estou entendendo a pressão”. Aí ele falou: “Vamos jantar depois”. Concordei. Ele é um charme, uma coisa de louco, muito inteligente. Jantamos, ele pediu meu telefone e passamos um tempo conversando, mandando e-mail... aí, vai fazer o quê?
Você se apaixonou? Sim. A gente teve uma relação, bem mais tempo do que acham. Antes e depois do nascimento do Lucas.
Como foi abrir o teste de gravidez? Tinha engordado um pouco, e a chefe da minha agência, em Londres, disse: “Você está grávida”. Saí correndo para a farmácia. Eu fiz o teste e dei um berro no banheiro. Saí correndo de novo. Comprei o pacote com seis testes, tudo positivo. Aí comecei a chorar. Duas bookers safadas viram tudo e venderam a informação de que era do Mick Jagger, porque sabiam que eu estava saindo com ele havia um tempo. Aí saiu na capa do The Sun: “I’m pregnant”.
Você praticamente não falou com a imprensa durante a gravidez? Não. Me ofereceram US$ 1 milhão para falar do Mick. Mas não tem preço. Nunca achei que tivesse que me justificar. A vida é minha. Ele e eu chegamos a um acordo de que era melhor não falar, porque o filho é nosso. Nunca quis expor minha vida pessoal.
Mas você já foi com o Lucas para o Castelo de Caras, quando ele era pequenininho... Fui... Não dá para não dar nada para a imprensa. Se eu não mostrasse, iam pegar. De vez em quando, você negocia uma foto de lado, não dá detalhes de onde está.
Você ainda evita divulgar imagens dele. É exigência do Mick? O Mick não tem nada a ver. Inclusive, o Lucas aparece mais com ele. Mas meu filho é criança, não tem nada a ver com isso. Se eu quisesse, ele estaria em todas as capas de revista.
Como foi seu parto? Lindo, parto normal. Achei uma grande médica, o Mick que me indicou, era a da Uma Thurman. Tomei uma anestesia fraca para sentir as contrações. Dei cinco empurrões e minha médica falou: “Bota a mão”. Tirei meu filho de dentro de mim. Você se sente um bicho, o ego vai no chão. Peguei ele, mas, em vez de colocá-lo no peito, falei: “Ai, limpa” [risos]. Ele nasceu perfeitinho, a cara do pai.
Bateu um desespero ser mãe solteira? Total. Dormi uma semana. Pensava: “O que vou fazer?”. Até então, eu estava brincando. De repente, vem uma responsabilidade. Fiquei mais atenta, tomo mais cuidado com a saúde. Antes de sair, penso: “Quero ficar com meu filho”. Hoje adoro ser mãe solteira, dou conta do recado.
Como é sua relação com o Mick? É ótima. Nos falamos sempre. Ontem mesmo estávamos conversando sobre a escola do Lucas... Negócio normal de pai e mãe. O Mick não tem nada de estrela. Dou risada quando vejo pessoas agindo como estrela porque conheci “a” estrela, e ele é uma pessoa simples.
Você dizia não acreditar em casamento. Mudou de ideia (ela casou em 2006)? Pois é, acredita? Me apaixonei e casei, against all odds. Nos conhecemos na RedeTV!. Quando vi, estava enrolada. Ele é inteligente e decidido. Me forçou a casar.
Casou por amor? Por amor. Cafona, né?
Já ouvi pessoas te chamarem de “destruidora de lares” por causa de suas histórias com o Mick Jagger e o Marcelo. Como lida com esse rótulo? Essa carapuça nunca me serviu. Estou bem casada, me dou bem com a ex-mulher do Marcelo [Mariana Papa], com os filhos, tudo em paz. Não dá pra ninguém roubar ninguém de ninguém.
Muita gente diz que você chegou aonde está por ser casada com o dono da emissora... O Ibope não mente. Não teria como me manter num programa ao vivo, no horário nobre, se não fosse por mérito. Eu morava nos Estados Unidos quando me chamaram para fazer um casting, assim como Ana Hickmann, Fabiana Saba e Monique Evans. Quem me deu a notícia de que fui escolhida foi o Amilcare [Dallevo, sócio de Marcelo na RedeTV!]. Botei no meu contrato três meses de experiência. Ele achou estranho, todo mundo tinha contrato de cinco anos. Mas preferi ver se gostaria antes de me amarrar.
Como é sua relação com dinheiro? Nunca fui graneira, viu?
Você usa só seu próprio dinheiro? Claro, ia usar o de quem?
Do seu marido... Poderia, né? Acho que ele poderia me dar uma grana [risos]. Para comprar coisas da casa, tenho o cartão dele. No geral, a gente racha.
Com o que você gasta seu salário? Bolsas, botas, computadores e presentes. Adoro ajudar os outros, minha mãe, amigos...
Quanto você ganha? Não digo. Mas ganho bem, para o padrão da emissora, que está crescendo [especula-se que ela ganhe cerca de R$ 150 mil por mês mais merchandising].
Qual o valor da pensão que o Mick Jagger paga? Isso é particular. Mas ganho tão mais, que a pensão do Mick se tornou irrisória. Nunca tive meu filho por dinheiro, tanto que fui trabalhar. O que o Mick dá para o Lucas não daria para alugar minha casa [a casa de Luciana é espaçosa, tem piscina, três quartos, três salas, copa, cozinha e três edículas]. A gente divide as contas, com prazer. Nunca brigamos por dinheiro, por isso continuamos amigos. Se o menino precisar de algum dinheiro, ele paga.
Você foi para a Europa aos 16 anos sozinha. Como foi a mudança? Difícil. Saí da condição de filha da Vera Gimenez [atriz de pornochanchadas dos anos 70] para viver com US$ 100 por semana em Paris, onde morei sete anos. Isso porque meu pai [o empresário João Alberto Morad] não queria que eu fosse. E, como eu andava muito, tinha bolhas no pé, alergia ao frio...
Como é a relação com seu pai? Ele é um amor, só que bicho do mato, que nem eu. Lembro dele brigando comigo para comer. Somos parecidos. Ele é curioso, detalhista, calmo e, ao mesmo tempo, bravo.
Sua mãe e seu padastro, Jece Valadão (que morreu em 2006), falavam sobre traição publicamente quando casados. Como era viver dentro dessa casa? Eu não participava. O Jece era legal comigo, jogávamos memória. Era calmo e inteligente. Acordava cedo e ia trabalhar. Minha mãe era artistona, espalhafatosa, loira, cachos lindos. Fui morar com eles aos 10 anos. Antes, morava em São Paulo com minha avó.
Como foi mudar para o Rio? Um choque, minha avó tinha morrido. Tive uma infância só eu e ela, estava acostumada com arroz, feijão, bolo de manhã. Lembro dela fazendo gemada pra mim. De repente, fui pro Rio, tinha motorista... Mas eu andava de ônibus, já era independente.
Você já era bonita? Eu chorava porque tinha 2 metros de altura. Era bem peruinha, usava laçarote na cabeça. E minha mãe estava na novela, quando ia me buscar na escola as crianças atacavam. Eu achava aquilo estranho. Durante anos, eu falava que não queria ser atriz porque não queria ser como ela. Agora tenho vontade de fazer cinema, mas quando eu era criança era a filha da Vera Gimenez, não curtia. Com 14 anos, comecei a aproveitar, entrar em festas... Nessa época, fiquei mais jeitosa.
Como virou modelo? O Jece tinha uma produtora, e eu comecei a fazer comerciais aos 12 anos. Jogava vôlei pelo Fluminense e pelo Botafogo. Treinava cinco horas por dia, aí me enchi de estar sempre machucada... E eu sempre quis morar fora, até para ser só a Luciana, e não “a filha da Vera Gimenez”. Saí do Brasil com 16 anos e, quando voltei, 15 anos depois, virei a mãe do Lucas Jagger [risos]. Aí entendi que nem uma coisa nem outra anulam que eu seja a Luciana. A ioga me trouxe essa noção. Quando você faz a postura invertida, vê a mesma coisa de outro ângulo.
Você faz ioga há seis anos. O que mudou? Minha maneira de pensar. Tenho muita raiva, e a ioga me ensina a manter a calma, o foco. Antes de reclamar, penso no quanto sou feliz, que poderia ter algum problema. Mas não tenho do que reclamar.
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