por Ana Manfrinatto

Sobre Boca, Corinthians, Brasil, Argentina e Libertadores da América.



Quando eu cheguei em Buenos Aires precisava ter um time pra chamar de meu. Entre os maiores da Argentina, Boca Juniors e River Plate, eu simpatizava mais com o primeiro. No entanto a minha veia palmeirense, meu carnê de sócia do clube e encontros traumáticos na Libertadores não permitiam que eu vestisse a camisa xeneize.

Daí que eu comecei a olhar com carinho pro San Lorenzo de Almagro, o time do bairro onde eu morava, que havia sido fundado perto de casa y listo! Já tinha meu equipo do coração e hoje digo que sou cuerva (assim como sou porco em São Paulo).

Corta pras últimas semanas.

Virei torcedora do Boca por um tempo. Igual ao Brasil inteiro.

E nesse interim eu vi amigos brasileiros que vieram assistir ao jogo na Bombonera – com um deles eu estava no meio da batalha campal entre a Gaviões e sindicalistas que saíam de uma manifestação – e também ajudei um amigo argentino a fazer todo o esquema pra ir pra São Paulo.

Taí a graça do futebol, né?

E hoje eu vi essa foto no Facebook do Andrézão e do Matias, pai e filho torcendo juntos, tem como não se emocionar?

Só fiquei triste porque a torcida do verde nunca mais vai poder cantar “Putaqueopariu, Libertadores o Corinthians nunca viu e nem vai vêêê”. Mas feliz pelos amigos corinthianos (são muitos) que mereceram o título.

Fair play, ¡así se llama!

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