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Existe corpo de brasileira?

O velho e cruel estereótipo do corpo padrão, bunda grande, biquíni fio dental e pura sensualidade não nos representa, mas resiste dentro e fora do país

Existe corpo de brasileira?

Por Redação

em 16 de fevereiro de 2024

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Nem toda brasileira é bunda, já cantavam Rita Lee e Zélia Duncan vinte anos atrás. Mas a ideia de como o corpo de uma mulher brasileira deveria se parecer ainda segue viva no imaginário de muita gente – inclusive no nosso. Bunda grande, biquíni fio dental e muita sensualidade: quantas vezes você já nos viu ser representadas assim, especialmente para os estrangeiros? Quando chega o verão e o Carnaval, época do ano em que recebemos o maior número de visitantes de fora do país, é hora de questionar esse imaginário tão retrógrado e continuar mostrando para o mundo que as brasileiras são muito mais do que um corpo ou um padrão de beleza inalcançável.

Uma pesquisa inédita realizada por Dove mapeou a força desses estereótipos e o quanto eles contribuem para reforçar a pressão estética e a sexualização da mulher brasileira. Os dados mostram que ainda há muito a transformar. 39% dos estrangeiros pensam que a brasileira “samba, rebola e gosta de dançar” e 35% nos enxergam “muito sexualizadas, sempre associadas e lembradas por seu corpo”. Mas, entre os brasileiros, o número de pessoas que concordam com essa ideia é ainda maior: 39%. Também são eles os que mais acreditam que a mulher brasileira “tem um corpo com muitas curvas” – 33%, contra 26% entre os estrangeiros.

A convite de Dove, a apresentadora e criadora de conteúdo Rafa Brites perguntou às mulheres no Rio de Janeiro como elas se sentem em relação aos estereótipos em torno do corpo das brasileiras

É claro que esse imaginário contribui – e muito – para aquela sensação de inadequação que nos acompanha em grande parte da vida. Afinal, desde criança as mulheres são bombardeadas por imagens que deveriam representá-la, mas só reproduzem estereótipos inalcançáveis. Diante da ideia de que “a brasileira tem um corpo com muitas curvas, e usa biquíni pequeno tipo fio dental e cortininha”, 82% concordam que essa imagem não representa os vários tipos de corpos da mulher brasileira e os vários tipos de biquíni que usam. 61% acreditam que tal imagem impõe um padrão de beleza irreal e que não representa seu tipo de corpo. A pesquisa também mostrou nosso sentimento em relação a esse estereótipo sobre o corpo: 57% se sentem desconfortáveis e 80% acreditam que essa imagem da mulher brasileira precisa acabar. 

Às vezes esquecemos que a mulher real existe, sim – e somos nós mesmas. Se livrar dos padrões de beleza que fazem a gente se sentir sempre inadequada e insuficiente não é fácil e nem depende só de autoaceitação. Afinal, é preciso transformar toda uma sociedade para que parem de nos definir e julgar por nosso corpo ou por nossa aparência. Mas juntas seguimos mais fortes para mudar esse imaginário.

A convite de Dove, a apresentadora e modelo Letticia Munniz foi às ruas do Rio de Janeiro para saber como as mulheres enxergam essa imagem estereotipada que por tanto tempo vendemos ao mundo e como isso afeta nossa autoestima.

Nomes como Fernanda Paes Leme, Astrid Fontenelle, Dani Rudz, Dandara Pagu, Beta Boechat, Mariana Mendes, Ju Ferraz e Victoria Ceridonio fazem parte do movimento de Dove e mostram como os estereótipos sobre o corpo da mulher brasileira as impactam no dia a dia, comentando sobre a importância da conversa no verão.

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