Tem outra. CERTEZA!
Os dias vão passando e aquele marasmo sexual toma conta da casa. Entram os amigos para um porre, entra a família para uma pizza, entra o encanador para consertar a pia, entra o Fabinho para contar as fofocas da semana. Tudo parece normal não fosse pelo vão sexual que se instala. Tem bejinho, tem eu te amo, tem gargalhada no jantar, tem dormir abraçadinho e seriado religiosamente às terças. Mas sexo que é bom nada. Onde foi parar? “Na casa de alguma vagabunda. Certeza!” A culpa, entendam, é sempre da outra. A outra mulher que seduziu o maridinho, que levou ele no papo, trepou com ele loucamente e não sobrou nada pra esposa querida. Mesmo que o cônjuge em questão vá do trabalho pra casa e de casa pro trabalho, a culpa é de alguma outra. Porque, se ainda não comeu, comerá em breve. Certeza!
Odiar é fácil. Arrumar uma piriguete pra colocar a culpa também. Porque “se está tudo bem, só pode haver uma outra!”. O “tudo bem” é que mata! Os dez anos de vida conjugal nas costas nem passam pela cabeça da mulher que quer ser corna. A mesmice sexual que se instalou também não preocupa a mulher que quer ser corna. A sua própria falta de vontade e iniciativa também não estão em jogo, porque, afinal, ela QUER ser corna. Ser a vítima é mais fácil do que dar as mãos e com olho no olho encarar a realidade: “não estamos trepando. E agora?!”.
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