Carnaval de Paris

por Ana Manfrinatto

Vanguarda ou roubada? Veja a resposta aqui!

 Ana Manfrinatto

 

“Vanguarda ou roubada?”

Foi o que eu me perguntei quando um amigo disse que existia carnaval na cidade e que, ainda por cima, era da hora. Ou seja que no domingo passado eu fui lá conferir o evento e a minha resposta é: vanguarda!

No quesito evolução, o cortejo que saía da praça Gambetta com destino à praça République (passando pelos bulevares Ménilmontant, Belleville e rua Faubourg-du-Temple) ganharam nota zero. Havia muitíssimo espaço entre os blocos, denotando certa desorganização.

O que para o folião era bom: dava tempo de observar, analisar e refletir sobre cada um dos grupos que passava pela “avenida”. Tinha batucada brasileira e africana, diversas comunidades como a boliviana e vasca e coisas que, como dizem no interior, se contar ninguém acredita!

Exemplo: um transeunte com chapéu de cangaceiro, uma coreografia tribal com chicote capaz de degolar quem estivesse por perto, gente sambando de patins, desfile de carros antigos, brasileiros eufóricos puxando sambas-enredo e roubando o protagonismo das batucadas (eu incluída!) e até mesmo uma vaca.

Isso mesmo, a que faz muuu.

Tudo isso misturado aos personagens do bairro de Belleville, que incluem profissionais do sexo chinesas e todo tipo de figuras diferentes e divertidas. Sem falar das crianças, fadas e duendes – estes últimos eram o tema da festa.

Et voilà, fez-se um caldo cultural interessante e bonito de se ver.

Com temperatura de oito grauzinhos, zero ambulantes vendendo cerveja e apenas 1 casal se agarrando numa esquina. Apto somente para os que se divertem com a prática do mergulho antropológico ;)

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