Bem aqui, onde vivemos e chamamos de lar
Tudo ia bem, não superbem, mas ok, afinal a vida a dois é esse emaranhado de bons e ruins que conhecemos bem. Ele estava meio de bode do trabalho, ela estava na fase de sair sozinha com as amigas. Já tinham assistido a todas as temporadas de Breaking bad e não se apegaram a nenhum outro seriado que os colocasse coladinhos no sofá. Ela no iPad, ele no celular... Até que um dia, sem uma causa aparente, um começa a ranhetar o outro. Coisas como acabar com o papel higiênico e não repor, passar no farol vermelho de madrugada (o decote, a falta de sabão em pó, uma fala menos atenciosa, a sogra... e por aí escada abaixo) começam a brotar. Parece que o objetivo da vida vira, única e exclusivamente, infernizar um ao outro.
E quanto mais insuportável fica um, mais fica o outro. Quase como uma macabra disputa de quem tem a melhor arma para destruição do que chamamos de “nós”.
Uma prática que se retroalimenta e é muito (muito!!) desagradável.
Porque coisas como “você não limpou o pé para entrar em casa” ou “você bate as portas ao fechá-las” não deveriam nunca ser ditas a sério e muito menos servir de estopim para uma briga ou desentendimento que o valha. Mas, como somos mais humanos do que gostaríamos, nos enroscamos em sentimentos mundanos de onde é difícil escapar ileso. E, aí, atazanar o outro parece a única saída.
O seu lado zen tenta te dizer que a paciência é a alma do casamento e deve ser cultuada, mas você já foi tomado por aquela meta raivosa e nada te deterá. Meus pêsames, tape o nariz e reze para chegarem sãos do outro lado!
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