Porque o que importa é a dupla
Obrigada por estar do meu lado há tanto tempo. Por aguentar meu mau humor, minhas lágrimas, minhas dores. Obrigada por me fazer rir naquele domingo cinza pós-separação, por me doar quatro copos para eu estilhaçar no muro e esmigalhar uma dor qualquer. Namorar você é o que me salva, há anos e toda terça-feira. Namorar você é o que me faz voltar do almoço para a mesa de trabalho uma pessoa melhor.
Não posso dizer que a vida seria sem graça sem você porque sem você não haveria vida. Teu abraço bêbado na pista, aquela primeira lambida... teu nervosismo no meu casamento. Como não ter? Amo quando você esquece as palavras sábias e apoia meu ódio enchendo meu copo. Quantas lágrimas secamos juntos? Quantos garrafas de vinho secamos entre gargalhadas? Lembra quando você veio com o violão para me dragar da fossa? E quantas vezes eu te pedi em casamento? Adoro pedir você em casamento e adoro que você sempre aceita.
Sempre penso como seremos velhinhos... eu procurando um canto para fumar discretamente e você tomando negroni. Será que ainda vibraremos com a música “Total eclipse of the heart”? Quantas vezes você zelará para que eu não tire a roupa no palco? Será que você ainda abastecerá o meu iPod? Será que ainda nos abraçaremos sem motivo aparente? Enfim... obrigada por me fazer sonhar o futuro e por não me deixar desistir de publicar aquele livro. Obrigada por dividir comigo a sua dor e por me dizer tantas vezes “vou contar, mas é só pra você!”. Ser esse seu um, ou melhor, esse seu outro, é simplesmente delicioso.
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E o melhor de tudo é saber que não vai acabar e que vamos somar a nós maridos, esposas, filhos e novos namoros como o mais moderno dos casais, como a mais deliciosa dupla. Mas promete uma coisa? Jura que não vai mentir se estiver me achando gorda?
Para vocês, alguns e algumas, meus amores.
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