Eles nos arrancaram gargalhadas e também algumas lágrimas. Deixaram suas máquinas de escrever e as horas de solidão em casa para trocar as idéias entre si e perante os sortudos que assistiram à terceira edição do Pen World Voices, o que poderíamos chamar de versão nova-iorquina da Flip, de Paraty. Foram mais de 150 autores literários internacionais debatendo jornalismo, humor, guerra, viagens, política, exílio, lar.
Com eventos espalhados pela cidade (a maioria de graça), foi fascinante ver escritores de backgrounds avessos falar sobre assuntos comuns à humanidade. Por exemplo, a violência na América Latina foi debatida por autores como a brasileira Patrícia Melo e o mexicano Guillermo Arriaga, professor, escritor, e roteirista de obras como Amores Perros, 21 Gramas e Babel (além de ser o homem mais simpático da América Central segundo...eu). Ele ainda dividiu o palco com Paul Auster e discutiu sobre humor com um holandês e o chinês Ma Jian, que, por sua vez, disse que não há humor na China. Tanto que ele vive em Londres.
Quem curte os comerciais da Apple se divertiu com John Hodgman, o PC, mediando uma “mesa de bar” com uma autora holandesa e um italiano (foto), e um algeriano (que não bebe vinho por ser muçulmano) com um nigeriano (que bebe vinho por todos os muçulmanos). Ainda foi interessante ouvir um holandês que vive em Paris, um turco que vive em Berlim e uma catalã de Barcelona falar sobre exílio.
Melhor ainda foi escutar Lee Stringer, autor ex-homeless que viveu na Grand Central Station por 12 anos, divagar sobre “lar” ao lado de Alain de Botton, filósofo que escreve sobre arquitetura de casas, e do argentino Carlos María Dominguez, que disse:“uma casa só se transforma em lar quando há nela a presença feminina - seja da mãe ou da mulher amada.” Depois dessa, meus amigos, comprei o livro, entrei na fila e peguei autógrafo. Esta será a presença dele na minha casa.