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10 obras para celebrar a escrita de mulheres negras

Entre romances, poemas, diários e coletâneas de grandes autoras brasileiras e norte-americanas, selecionamos leituras para valorizar a produção intelectual feminina e negra

10 obras para celebrar a escrita de mulheres negras

Por Redação

em 29 de agosto de 2025

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Uma das pesquisas mais recentes sobre literatura e raça no Brasil, conduzida pelo Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporânea da Universidade de Brasília (UnB), mostrou que livros de autores negros não representam nem 5% dos publicados entre 2004 e 2014. Outro estudo, coordenado pela professora da UnB Regina Dalcastagnè, analisou 258 romances lançados entre 1990 e 2004 e apontou que 93,9% dos autores eram brancos e 72,7% eram homens. Além disso, apenas 7,9% dos personagens eram negros – 5,8% quando falamos em protagonistas.

Por isso, selecionamos 10 livros para ajudar a diversificar as referências da sua estante e valorizar a produção intelectual de mulheres negras.

10 livros para ajudar a diversificar as referências da sua estante e valorizar a produção intelectual de mulheres negras.

#1 Por um feminismo afro-latino americano, de Lélia Gonzalez

A coletânea passeia por sua obra através de ensaios, entrevistas e outros escritos (como uma carta à Chacrinha) que abordam racismo, sexismo, colonialismo e ancestralidade, propondo uma luta feminista que entenda as raízes afro-latinas e as vivências das mulheres negras

#2 Canção para Ninar Menino Grande, de Conceição Evaristo

A leitura convida à reflexão sobre a masculinidade tóxica entre homens negros a partir das traições do maquinista Fio Jasmin, que é incentivado pelos colegas a ser “viril”, mas também experimentou uma vida em busca de validação

#3 Como ser um educador antirracista, de Bárbara Carine

Como a escola pode ser pensada partindo de perspectivas racializadas? O livro vencedor do Prêmio Jabuti 2024 na categoria Educação explica conceitos importantes para entender a luta antirracista, como pacto da branquitude, racismo estrutural, cotas raciais e educação emancipatória

#4 Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada, de Carolina Maria de Jesus

Publicado em 1960, o livro se tornou um símbolo da resistência da literatura negra e feminina no Brasil. Ele narra a vida da autora na favela do Canindé, em São Paulo, a partir dos diários que ela escrevia enquanto lutava por sobrevivência como catadora de recicláveis e mãe solo de três filhos

#5 Louças de família, de Eliane Marques

Quando a narradora decide investigar o passado de sua família, descobre uma existência dedicada à servidão – pegadas de seus antepassados em que ela não deseja pisar. O livro fala sobre memória, resistência e o que o racismo faz pessoas negras perderem em nome da aceitação

#6 Mesmo rio, de Elisama Santos

A trama parte da ideia de que entrar mais de uma vez no mesmo rio não garante um nado sempre igual – e, da mesma forma, é impossível uma mãe ter a mesma relação com todos os filhos. Elisama convida a olhar para sentimentos complexos e o que não é óbvio nas relações familiares

#7 Escritos de uma vida, de Sueli Carneiro

Vários escritos da sua trajetória de luta da autora contra o racismo compõem este livro, mas ele é, sobretudo, sobre feminismo negro e a defesa contra o que mulheres negras não podem deixar de saber, entender e absorver para protegerem a própria existência no mundo

#8 Carta à minha filha, de Maya Angelou

Mesclando relatos confessionais e poesia, a obra da norte-americana é quase um manual para uma filha – ou melhor, todas as filhas que Maya Angelou poderia ter: as leitoras a quem quer dar as mãos para construir um futuro que respeita os direitos femininos e de raça

#9 Trilogia Tudo sobre o amor, Salvação e Comunhão, de bell hooks

Em três livros, “Tudo sobre o amor”, “Salvação: Pessoas negras e o amor”, e “Comunhão: A busca das mulheres pelo amor”, escritos sob a perspectiva de uma mulher negra, a autora colore o quanto o amor é complexo, político, revolucionário e essencial para transformar as relações humanas e o mundo

#10 Colhendo flores sob incêndios: Os diários de Alice Walker: 1965–2000, de Alice Walker e Valerie Boyd

A partir de seus diários, a escritora e defensora dos direitos humanos divide experiências como a luta ao lado de Martin Luther King Jr., um casamento inter-racial, um aborto e a maternidade durante a escrita de “A Cor Púrpura” (1982), romance que conquistou o Pulitzer e virou filme

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