O lado não-glamuroso e a cobrança por maternidade foram debatidos por Karina Buhr, Patricia Koslinski, Angela Senra e Nina Lemos
No último debate do sábado, a cantora Karina Buhr e as jornalistas Patricia Koslinski, Angela Senra desconstruíram o lado glamuroso da Maternidade com a mediação de Nina Lemos e Sarah Oliveira.
"Existe o questionamento: você não casou, não teve filho? Acho lindo mulher grávida, mas eu não quero ficar grávida", disse Karina Buhr.
Patrícia Koslinski contou a sua história: "Diferente da Karina, eu queria engravidar. Ser mãe não era uma dúvida pra mim, mas queria me dar esse direito de engravidar. A pressão pra mim foi diferente, quando a idade me traria a pressão - os 35 anos - eu disse que não queria mais. Foi aí que eu engravidei".
"Há uma cobrança constante de porque você não casou e depois tem uma cobrança de que você já tá com mais de 40 anos e ainda não é mãe. Quando você decide adotar, também existe essa cobrança, o preconceito contra a adoção. São muitos os conceitos com os quais você tem que lidar. não é simples decidir: eu vou adotar. 'Mas por que você vai adotar uma criança que não é nem sua? Faz um tratamento, uma inseminação artificial', cheguei a ouvir", falou Angela Senra.
Para Patrícia, "a maternidade mexe muito com a nossa identidade. Foi difícil me reencontrar depois que minha filha nasceu. Como é voltar pra minha vida agora com filho? A criança que mexe com a sua vida, vai mudar a sua carreira, o que você faz dela e o que tá disposto a fazer por ela? É muito natural ter pessoas que não estão dispostas a passar por isso. Você não é menos mulher porque você não é mãe."
"Tem que dar feliz Dia das Mães pra todo mundo que estabelece uma relação de amor com uma criança. Você não precisa ser mãe pra estabelecer isso. É indelicado falar que só conhece o amor incondicional quem é mãe", disse Sarah Oliveira.
