O Centro Cultural S.Paulo deveria se inspirar no Palais de Tokio de Paris e cair na balada
Não. Não se trata de um relato sobre aquele chatíssimo filme americano. Passei realmente uma noite no museu, mais precisamente no Palais de Tokio, centro de arte contemporânea e loucuras artísticas de Paris.
Para atrair o público jovem, aproveitar a máximo suas instalações e conectar diferentes artes, o Palais de Tokio criou um clube noturno no ultimo andar do prédio. Gratuitamente os jovens de Paris podem percorrer durante a madrugada as diversas exposições e intervenções que acontecem por lá e ao mesmo tempo cair na balada. Novos DJs são escalados e é possível dançar na varanda do prédio com vista para a vizinha Torre Eiffel. Trata-se de uma iniciativa ousada e moderna, que só faz bem à cidade.
Sempre imaginei que a grande vocação do Centro Cultural São Paulo na Rua Vergueiro é essa. Falta na nossa cidade um espaço público central para arte de vanguarda e o Centro Cultural seria perfeito. Com todo respeito à quem trabalha por lá , acho o espaço muito mal aproveitado. Aquelas imensas salas e corredores deveriam ser tomados por galerias como a Choque Cultural, Casa da Xiclete, Vermelho, Emma Thomas etc. Selos independentes e estúdios de produção de todo tipo de arte também teriam seus espaços. Rapidamente teríamos um ponto de referência de toda a agitação cultural que São Paulo está vivendo e com isso possibilidades de parcerias institucionais e intercâmbios muito interessantes.
O clube noturno público no estilo Palais de Tokio seria no subsolo incrível do prédio, como acesso direto para a 23 de maio e os palcos que ainda resistem com alguns shows legais, teriam 24 horas de música ao vivo non stop. Não custa nada sonhar, né?
Acima, a vista da festa. Abaixo, flyer da balada associado à exposição atual “Man on the Moon”.