Skatistas deslizam pelos túneis da Imigrantes

por Redação

Skatistas deslizam pelos túneis da Imigrantes

Surfistas da capital acostumados a descer todos os finais de semana para surfar tiveram uma oportunidade única na madrugada da quarta-feira, 17 de setembro: descer surfando para o litoral. Iniciativa do surfista João Simonsen e apoio da G-Zero, cerca de 30 pessoas deslizaram em skates e carveboards os 8,7 km de serra e túneis da Imigrantes.

Depois de longa negociação com a empresa que controla uma das mais modernas e ecológicas estradas do mundo, a data foi acertada e o trânsito, desviado.

"O trecho utilizado foi só o dos túneis por três razões. A iluminação indispensável porque eles só poderiam fechar a Imigrantes durante a madrugada, a segurança porque os trechos fora dos túneis tem um guard rail baixo e poderia ser perigoso para os atletas, e o telhado que foi indispensável para a chuvinha da madrugada na serra", disse João.

As dúvidas sobre a inclinação, velocidade, piso foram se desfazendo a cada nova descida, que levavam em média 40 minutos e ficavam cada vez melhores, para delírio dos participantes.

Quando ele disse que ia pendurar a tábua, seus fãs imploraram para que reconsiderasse. Na época, há dois anos, o skatista Tony Hawk, 35, avisou que a decisão era definitiva. Não foi.

Pouco antes dos XGames de Los Angeles, ele, mais uma vez, avisou que iria se aposentar. Mas o maior skatista de todos os tempos, casado e pai de três filhos, tinha reservado seu melhor número para o final. Em pleno Staples Center, o maior ginásio de Los Angeles, em agosto, para delírio de mais de dez mil pessoas, ele executou, com precisão cirúrgica, um 900.

Embora já tivesse executado a manobra (que consiste em dar 2 voltas e meia no ar) no XGames de 99, essa foi a primeira vez que ele fez valer dentro do limite de tempo da competição. Recordista em medalhas de ouro dos jogos, tendo levado dez das mais brilhantes e 16 das demais, Hawk avisou logo depois do espetacular 900 que, dessa vez, ia mesmo se retirar definitivamente. "Não quero mais a pressão da competição." Quando perguntado pelo jornal The L.A. Times sobre quem poderia substituí-lo, ele deixou escapar o nome do brasileiro Sandro Dias, 28.

O skate no Brasil ainda é marcado por contrastes. Vive a melhor fase competitiva no cenário internacional, possui uma indústria aquecida suprindo seus praticantes com produtos de boa qualidade a custos acessíveis e surgem pistas em todos os cantos do país.

Recentemente a Central Surf e a Plasma inauguraram a maior pista da América Latina, com 1.000 metros quadrados dentro do shopping Aricanduva, despertando grande interesse do mercado.

Tudo indicaria que o esporte atravessa a melhor fase não fosse a sentida ausência dos campeonatos profissionais. Reflexo das incertezas da economia, o circuito de 2003 está pobre, curto e com cancelamentos. Hoje existem mais de 130 profissionais só no street. Daqui a alguns anos esse número deverá ser ainda maior. Mas não com um circuito como o atual.

NOTAS

SUPERSURF

Tita Tavares já garantiu, por antecipação, sua VW Parati, com a vitória em Itacaré. Já no masculino 13 surfistas seguem com chances de conquistar o título nacional e o carro na etapa decisiva em Saquarema, RJ, entre os dias 22 e 26 de outubro.

PENA EXEMPLAR

Em agosto, o snowboarder Michael Wolff, 20, entrou para a história ao ser condenado a 240 dias de detenção por ter "atropelado" com sua prancha crianças que faziam aula de esqui no Colorado, EUA, ano passado. Não é o primeiro snowboarder a ser condenado, mas é a pena mais longa e mais cara: US$ 9 mil. 

MARATONA NA SELVA

Terminou ontem em Manaus uma corrida internacional de 200 km disputada durante sete dias. Cada atleta tinha que carregar o próprio alimento e uma ração de 12 litros de água.

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