"A América para os americanos..."

por Luiz Alberto Mendes

"Bonzinhos..."

 

Depois da queda do muro de Berlim e do desmantelamento da União Soviética, deu para ver que nem existia o bicho-papão que a propaganda e a mídia americana haviam criado. Eles haviam inventado uma ameaça ao mundo e um monstro inexistente. A União Soviética nunca foi o rival e tampouco o inimigo que a publicidade americana nos fez acreditar aqui na América latina. Foi um embuste, uma maneira de açular rivalidades, dividir e, através do medo, causar pânico para expandir seus domínios e influências. Até então a influência e a cultura européia eram substanciais na América Latina. Buenos Aires, mesmo à mercê do descalabro econômico e político do momento, ainda parece com uma cidade da Europa. A partir do fim da 2ª guerra mundial, a Europa destruída pela guerra, teve que recolher-se para sobreviver. Os americanos foram preenchendo os espaços deixados, usando a Doutrina de Monroe, que fala da América para os americanos. Mas não exatamente dos americanos do norte e sim de todos nascidos nas Américas.

Até então, Os Estados Unidos da América do Norte eram os heróis do mundo. A propaganda americana já era poderosa e nós ingênuos e ignorantes a esses poderes. Nosso país fechava com os americanos e com a Igreja Católica no combate ao "insidioso", "nefasto" comunismo que iria "acabar" com a família do Brasil. Os americanos estavam junto aos nosso militares que deram o golpe de 1964. Há historiadores que falam da colaboração decisiva da CIA no golpe. Não podemos esquecer também que foi os Estados Unidos o primeiro governo a dar o aval e reconhecer o governo da ditadura militar no Brasil. Eles haviam aportado navios carregado de fuzileiros navais em Recife para apoiar o golpe militar. Caso houvesse alguma resistência, eles, sem dúvidas, desembarcariam para apoiar os golpistas. Sustentaram e apoiaram os generais-ditadores e a ditadura militar no poder até o fim. A tal Comissão da Verdade devia entrar nesse campo também.

Na guerra do Vietnã é que começou a cair a máscara. Dizimaram aldeias inteiras com mulheres, crianças e velhos porque estes eram suspeitos de apoiar seus compatrícios vietnamitas. Deveriam apoiar os estrangeiros invasores então? Hoje temos filmes e até documentários desses fatos horrendos, verdadeiros genocídios. Há pouco tempo foi o Iraque. As denúncias eram de que o "ditador" Sadhan Hussein estava produzindo armas químicas e virais. Isso justificou a invasão do país, a tomada e o domínio dos campos de petróleo iraquianos. Depois vai se descobrir que não havia nenhuma arma química ou viral e que tudo não passara de uma enorme mentira. Quantas milhares de pessoas morreram e foram mortas por conta de tais engodos?

Hoje em dia nem os nossos militares mais radicais acham os Estados Unidos "bonzinhos" e o aliado de confiança como antes. A figura mudou, de salvador do mundo, passou a ser xerife do mundo e depois o consumidor do mundo. As estatísticas e cálculos matemáticos indicam que se todas as pessoas que existem no planeta consumissem como o americano médio, teríamos que ter três planetas como esse para sustentar tamanho gasto. Hoje, através denúncias de gente deles mesmo, ficamos sabendo que nos olham, que espionam a nossa presidência e nossas empresas de petróleo. A ONU, se quiser ter alguma importância na condução de nosso planeta terá que sair de dentro dos Estados Unidos. Enquanto por lá estiver, sempre gerará desconfianças de estar ao lado e fazendo o jogo do país sede.

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Luiz Mendes

27/09/2013.

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