O crime não é apenas uma manifestação individual, mas antes, um fenômeno coletivo e global
Miscelânea I
1) Não procuro novas paisagens, novas descobertas, ou novos conhecimentos. Antes procuro novos olhos para enxergar tudo com surpresa e prazer.
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2) O crime não nasce de geração espontânea. Não é apenas uma manifestação individual, mas antes, um fenômeno coletivo e global. A idéia de que o elemento que comete o crime tenha uma natureza anti-humana, perversa e maldosa não se sustenta diante qualquer pesquisa ou estudo.
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3) Para se dar bem na vida é preciso acreditar no impossível; desfazer-se do indispensável e agüentar o insuportável.
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4) Quais são as principais conquistas a serem feitas hoje por cada um de nós?
Estar em paz;
Conviver em harmonia; e
Conseguir um objetivo para cada dia de nossa vida.
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5) Olhei no fundo sem fim de meu ser perdido e de lá retornou um olhar duro de quem vê e me conhece no perigo de ser eu mesmo.
Toda dor esconde um desejo, um anseio profundo de libertação. Não sei bem de que, talvez de nós mesmos.
Vivemos a fugir do que precisamos porque o que precisamos não é o que necessitamos.
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6) Nossa vida mesma é um acontecimento secreto que nem quem convive mais intimamente conosco participa. Somos solidão por dentro de nós mesmos e vivemos mergulhados em nossas próprias reflexões, absurdas, ilegais, transgressoras, imorais e deselegantes.
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7) Somente ao aceitar o que para nós parece diferente; impossível de compreender; que não podemos controlar e que nos parece doloroso, inevitável, é começamos a perceber com clareza que somos todos iguais, não importa sexo, raça, fortuna, status, cultura ou idade.
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8) O sentimento é algo tão superiormente humano que quando o que sentimos não tem algo de paixão, de insanidade e loucura, se ganha tão pouco que quase nem vale a pena. Embora o poeta tenha dito que toda forma de amor valha a pena.
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9) O complexo de inferioridade de cada um nunca é inferior ao dos outros.
A vida fica curta, abrevia-se, principalmente é perto, muito perto.
Imaginar que amanhã podem acontecer tantas desgraças pode fazer o dia de hoje muito melhor.
Vivo voraz com esse sentido central das coisas, vendo os dias escapulirem no tempo e as manhãs desfazerem-se em ruídos inaudíveis.
Meu caminho é uma pressa que passa por brechas de caminhos bloqueados.
Foi difícil até atravessar a rua sem ser atropelado, imagine o resto.
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10) A vida e o mundo atual qual o fizemos, nos reduz a estarmos inteiramente sós. Foi difícil distinguir dessa confusa totalidade de coisas e pessoas. Mas, se o outro é meu limite, lutar contra ele para ultrapassar esse limite é minha condição humana. Isso faz do outro adversário, cria a concorrência e a disputa que, dizem, é saudável. Nós torna solitários.
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Luiz Mendes
09/12/2009.