Ilhas perdem os homens
Como não adorar uma mulher que larga a cidade grande para te oferecer vinhos em uma ilha perdida no Atlântico e decide tirar a roupa no meio do mar para você?
Por Autumn Sonnichsen Trip #245
em 22 de julho de 2015
Oi, Na.
Lembra esse dia?
Era no meio da nossa travessia, quando a gente trouxe aquele catamarã trambolho da França até o Brasil.
Essa é a mulher que nos fez uma caipirinha de cachaça prata com cheiro de capim-cidreira e manga no restaurante mais fino que tinha na ilha, onde fomos comemorar nossa chegada em terras brasileiras. O dia seguinte era a folga dela, e ela nos levou para essa piscina natural, lembra? Estava prestes a ter uma tempestade e saímos correndo pelas pedras para salvar a minha câmera. O nome dela é Stephani. É uma das melhores sommelières do Brasil, já me presenteou com vinhos de ouro e rubi, com aromas de madeiras exóticas e peras maduras. Ela era sommelière do DOM, em São Paulo, e na época tinha me mandado um e-mail daqueles, dizendo: oi-tudo-bem-meu-nome-é-Stephani-tira- uma-foto-minha? Como não adorar uma mulher que larga a cidade grande para te oferecer vinhos no meio de uma ilha perdida no Atlântico, que decide tirar a roupa no meio do mar para você?
Sempre vamos ter as nossas ilhas.
Semana que vem vou para essa outra ilha minha, Ustica, aquela pedra pequena na Sicília, onde dá para fazer saladas de flores selvagens e colher sal nas rochas da costa. Quem sabe você não chega lá para me visitar? Vou olhar para o mar todos os dias para ver se não avisto suas velas surgindo lá, longe, no horizonte.
Um beijo,
Autumn
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