por Luiz Filipe Tavares

Fotos desoladoras das 3 cidades americanas que mais perderam população nos últimos 10 anos

Os resultados do censo americano de 2010 começaram a emergir. Entre os dados publicados estão uma constatação muito aguardada pelos estatísticos do país: Detroit (a antiga Cidade dos Motores), Cleveland (grande centro industrial do meio-oeste) e Nova Orleans (na Louisiana) foram as cidades que mais perderam moradores nos últimos dez anos, graças à crise financeira de 2008 e à falta de habilidade do governo federal em socorrer rapidamente as vítimas do furacão Katrina, em 2005.

No topo da lista das 10 cidades que mais diminuiram entre 2000 e 2010, as três metrópoles deixaram para trás Cincinnati, Pittsburgh, Toledo (também em Ohio), St. Louis, Chicago, Baltimore e Santa Ana, a menor de todas as da lista, atualmente com apenas 311 mil habitantes. Para ilustrar a situação nas  três cidades, coletamos uma série de fotos de variados fotógrafos do país, mostrando como essas três enormes áreas urbanas estão rapidamente tornando-se cidades-fantasma.

Cleveland (Ohio)

Fotos por: Bob Kueppers e S-I-N

A maior cidade do estado baseou enorme parte de sua indústria básica na produção de aço e de metalurgia em geral. Desde 2005, entretanto, a cidade começou a enfrentar seus primeiros problemas imobiliários, em um fenômeno que já anunciava a crise no mercado de imóveis pela qual o país passaria alguns anos depois. Com a Duke Realty Corp, maior grupo imobiliário local, tentando vender grande parte de suas terras, não demorou muito até uma onda de despejos começar pela cidade, expulsando os moradores de Cleveland.

Entre 2000 e 2010, a cidade perdeu 17.1% de toda a sua população. Dos 478 mil habitantes que tinha no final do século passado, a cidade perdeu quase 90 mil habitantes, fechando 2010 com cerca de 390 mil moradores com residência fixa. 

Detroit (Michigan)

Fotos: Detroit Urbex

A Motor City não está mais queimando, como brandia o MC5 ainda em 1969. Agora, a cidade está às moscas. Com a população em queda vertiginosa desde o pico demográfico de 1950, a cidade perdeu centenas de milhares de empregos com a recessão instalada no país nos últimos anos. Tendo chegado a 1 milhão e 800 mil habitantes no pós-Segunda Guerra, quando as montadoras  General Motors, Ford e Chrysler começaram a funcionar a todo vapor. 

Mesmo com o resgate do Banco Central americano às ações em queda das montadoras, muitos postos de trabalho viraram pó na capital mundial da black music dos anos 70. Agora, a cidade chegou ao menor nível populacional desde os anos 20, com apenas 714 mil habitantes. Nos últimos 10 anos, a cidade diminuiu em 25%, perdendo 237 mil pessoas. Nos últimos 60 anos, mais de 1 milhão de pessoas trocaram Detroit por outras cidades.

Nova Orleans (Louisiana)

Fotos: Kevin OMara, Go New Orleans e Winoria

Em porcentagem, o berço do jazz foi a cidade que mais perdeu moradores nos últimos 10 anos, em um total de 29.1% de sua população total. Em 2010, o censo mostrou que a cidade ficou com apenas 344 mil dos 480 mil que tinha no ano 2000. A maior responsável pelo colapso populacional foi a incapacidade da administração Bush em socorrer rapidamente a cidade depois da passagem do furacão Katrina, quando 80% da cidade ficou inundada. 

O furacão causou a morte de 1836 pessoas (números oficiais do Departamento de Estado americano), deixando para trás mais de 80 bilhões de dólares. Com a falta de confiança das pessoas na habilidade das autoridades em ajudar na situação de crise, quase 60% da população se mudou durante a evacuação da cidade. Só à partir de 2008 que alguns moradores arriscaram-se a voltar, mas mesmo assim, em número muito menor do que partiu.

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