Em Inícios, o fotógrafo Fernando Schlaepfer quis desmistificar o nu lembrando que todos viemos ao mundo sem roupas
Fernando Schlaepfer é fundador do coletivo I hate flash, de fotógrafos de moda, música e publicidade. Na série Inícios, pessoas próximas a ele foram fotografadas em lugares que nunca estiveram ou gostariam de conhecer, sempre na posição fetal, lembrando a origem da vida no útero materno. Ele conta que a ideia do projeto “é falar sobre como cada dia podemos nos reinventar através de novos lugares, pessoas, conceitos, o que for”.
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Os corpos foram retratados com leveza e naturalidade, questionando a ideia de que “a nudez é mais ou menos tabu, dependendo do quanto o corpo nu está dentro de um padrão”.
Não é de hoje que ele se dedica a explorar a beleza dos corpos nus. Em 2015, ele postou uma foto de pessoa pelada por dia no Instagram na série #365nus, que virou livro e vai ser lançado no dia 10 de novembro.
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Ao mesmo tempo em que as pessoas compartilham nudes, o mamilo feminino é alvo de denúncias nas redes sociais. Isso acontece porque a erotização do corpo da mulher não é invenção das redes, na visão de Schalepfer, elas apenas reproduzem uma visão conservadora da nudez.
O tabu em relação ao corpo nu foi reforçado em discussões recentes sobre performances artísticas e exposições, como nos casos do Museu de Arte Moderna, de São Paulo, e do Queermuseu, em Porto Alegre. Schalepfer enfatiza que museus são ambiente controlados, onde as pessoas estão claramente falando sobre arte e onde nenhuma criança estaria sem a supervisão dos pais. “Eu não vi essa repercussão quando o Vaticano assumiu centenas de casos de pedofilia dentro da igreja católica. Não houve esse estardalhaço”, comenta.
A exposição será inaugurada no dia 10 de outubro e vai até o dia 25, na Galeria Ponder70, em São Paulo.
Créditos
Imagem principal: Fernando Schlaepfer