Revista Life publica fotos inéditas de testes nucleares no deserto de Nevada (EUA) em 1955
Sabe aquela cena do filme Indiana Jones e a Caveira de Cristal quando o Harrison Ford pensa que achou uma cidade mas só encontra bonecos? Ela rola no quarto filme da saga e mostra o que acontece com nosso herói ao peceber que havia chegado a um local de testes de armamentos nucleares no deserto americano. E por incrível que pareça, a cena do filme (que você vê abaixo) foi baseada em fatos reais.
Em 1955, enquanto a Guerra Fria começava a se intensificar e preparar o mundo para os momentos de tensão vividos no início dos anos 60, os testes atômicos americanos se proliferavam no sudoeste do país. Na primavera daquele ano, o ministério da defesa dos EUA explodiu o 44º artefato nuclear a ser detonado em território americano, com ampla cobertura da imprensa e com a presença de uma multidão de curiosos, que correram para Las Vegas, a quase 100 km do ponto central da explosão, só para ver de "perto" a luz brilhante e a núvem em forma de cogumelo que tomaria conta do deserto de Nevada durante o exercício.
O fotógrafo Loomis Dean, da revista Life, esteve presente no teste para registrar os estragos produzidos pela explosão. Seis décadas depois, a revista divulgou as fotos até então inéditas desse episódio, ao lado de outras anteriormente publicadas, tudo isso no ótimo acervo online de imagens da publicação. Ali, vemos os bonecos, carros e pequenas casas que foram praticamente vaporizadas no exercício, tudo isso em nome da segurança e da soberania nacional no período pós-Segunda Guerra Mundial.
"Um dia depois da 44ª explosão nuclear experimental em território americano varrer o parado ar de nevada, observadores inspecionaram minuciosamente os manequis que foram destruídos porém continuavam fortemente presos à areia e às casas da planície Yucca Flat. Os bonecos representavam os residentes de uma vila de US$ 1 milhão construida especialmente para testar os efeitos de uma explosão nuclear em tudo desde casas até roupas e latas de sopa", publicou a revista na reportagem que acompanhava as fotos, lançada no dia 16 de maio de 1955.
"A condição dos bonecos - alguns carbonizados, outros apenas arranhados, com alguns quase intocados - mostrou que a explosão equivalente a 35 toneladas de TNT é discriminatória em seus efeitos", continua a reportagem. "Como uma fase do teste atômico, a vila e os manequis servem de guia para um planejamento de defesa civil - e deixa claro que mesmo perante um holocausto nuclear, um planejamento cuidadoso pode salvar muitas vidas."
Na galeria você vê algumas das fotos da revista tiradas no dia seguinte ao teste no deserto de Nevada, em uma época em que o perigo de um apocalipse atômico cercava todo o planeta.
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