Curtas sobre o amor
Considero o amor que vivi (não sei como os outros viveram os seus; novela não vale) muito parecido com o conceito morte. Amar nos faz sair de nós e dar o que há de melhor em nós, até nossa vida, sem sequer pensar em ganhar nada em troca.
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Ciúmes não é amor. É posse, é fazer do outro objeto de nossa vontade. A possessão ciumenta é bem ao contrário do amor porque reduz o ser alvo às nossas dimensões. Tende, naturalmente e por pressão, destruir no outro o que há nele de diferente de nós. Amar é fecundação recíproca e não empobrecimento existencial.
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Amar um homem ou uma mulher é ir de encontro a um novo e imprevisível futuro. Não sabemos amar sem esperança, sem futuro, porque amar é essencialmente projetar-se.
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Felicidade e omelete a gente faz com o que se tem à disposição. Se formos exigir melhores ingredientes, podemos não dar valor ao que temos. O problema é da carência ou da urgência da fome. Claro que se formos capazes de esperar, podemos construir uma felicidade mais segura, assim como aguardar para fazer uma refeição mais completa. Mas quem pode esperar para ser feliz ou matar a fome?
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Luiz Mendes
12/11/2009.