Uma viagem a Maués, onde milhares de mudas são produzidas por ano para fazer o Guaraná Antarctica
Na fazenda Santa Helena, em Maués (AM), milhares de mudas são produzidas por ano para fazer o Guaraná Antarctica. Mas elas suprem só uma parte da demanda: o resto é comprado de produtores rurais, impactando mais de mil famílias na região. O fotógrafo Fernando Cavalcanti registrou o processo que transforma o fruto na bebida que chega a sua mesa.
Entre 2008 e 2014, o fotógrafo paulistano Fernando Cavalcanti, 46 anos, realizou diversas viagens a cidade de Maués, no Amazonas, para registrar a produção do Guaraná Antarctica. “As pessoas tendem a achar que a Amazônia é uma coisa só, mas ela é muito diversa. Cada lugar tem seus recortes e peculiaridades”, diz Fernando. Mais do que a exuberância de cores da região e a beleza de sua luz ao amanhecer e entardecer, o que mais o impressionou foi a autoestima dos locais. “O impacto socioeconômico da produção do guaraná no desenvolvimento da região é muito importante”, diz.
Floresta adentro
A 20 horas de barco de Manaus, Maués preserva em sua área a fazenda Santa Helena. Na propriedade de mil hectares, milhares de espécies de guaraná são cultivadas pela Ambev e estudadas para que especialistas selecionem as de melhor qualidade. O guaraná produzido na fazenda supre uma pequena parte da demanda para a produção da bebida; o restante é comprado de produtores rurais da região, onde predomina a agricultura familiar. O trabalho, todo manual, envolve mais de mil famílias que adotam práticas sustentáveis, como a instalação de corredores ecológicos e plantações de guaraná intercaladas com reservas florestais ou com outros cultivos anuais. Tais técnicas são aplicadas devido ao trabalho de pesquisa da fazenda Santa Helena, que busca manter o equilíbrio entre a natureza e as pessoas conectadas a ela. “As pessoas aqui têm um contato realmente muito íntimo com a natureza”, diz o fotógrafo. “A natureza são elas; e elas são a natureza.’’
Créditos
Imagem principal: Fernando Cavalcanti