Dificilmente teremos fôlego ao retornar para nossa sede e terminar o dia bem se não fizermos a nossa parte
Algumas tarefas da nossa rotina, como arrumar a cama e lavar a louça do jantar, são as primeiras coisas que podemos fazer ao começar um novo dia. Podemos também, é claro, deixar essas pequenas tarefas para depois – do trabalho, por exemplo. E é justamente isso que pode determinar que o nosso dia acabe de um jeito ou de outro.
Vamos imaginar que deixamos a cama por fazer e (ou) a louça suja da pia e saímos de casa para as obrigações de mais um dia, correndo o risco de enfrentar transporte público lotado, trânsito no caminho, além de outros inconvenientes, como o mau humor de um ou outro colega de trabalho, o cumprimento, ou não, de uma meta que pode interferir no salário no fim do mês e por aí vai. Só para citar alguns...
Fica fácil imaginar então que a maior parte dessas vítimas dos tempos modernos depois de um dia desses não vê a hora de chegar em casa, tomar uma xícara de chá e deitar, finalmente, em sua na cama, por mais simples que ela seja. Só que chegar em casa e se deparar com a pia cheia de louça suja da noite anterior faz o chá ficar para depois e a cama, ainda amarfanhada, ser a única saída para recarregar as baterias e começar tudo de novo no dia seguinte.
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Toda essa metáfora pode parecer banal, mas tenho certeza que se antes de sair de casa arrumarmos a nossa cama e deixarmos a pia limpa, ainda que a gente passe por situações desagradáveis ao longo da jornada, ao voltar para o lar e compreender que aquilo que dependia única e exclusivamente da gente foi feito, terminaremos aquele dia com a certeza de que fizemos o nosso melhor.
Essa metáfora ilustram também diferentes situações do nosso trabalho no terceiro setor, que podem desanimar nossas missões. Um bom exemplo é o período eleitoral, quando inúmeros candidatos a cargos públicos nos procuram em busca de votos com mil promessas a serem cumpridas. Mais grave ainda aqueles que buscam reeleição e só no fim do mandato vêm conhecer o nosso projeto. Nós, da ONG Social Skate, penamos para aprender a transpor todas essas questões, além de toda a burocracia envolvida. Comparando o nosso universo do terceiro setor com a metáfora da cama arrumada e pia limpa observamos que temos - e devemos - nos preparar cada vez mais. Recebemos muitas curtidas, likes, seguidores etc. em nossas redes a cada ação realizada através da ONG, e é isso que nos serve de combustível para continuar.
Porém, se não deixarmos a nossa cama arrumada, a pia limpa e não fizermos a nossa parte dificilmente teremos fôlego ao retornar para nossa sede e terminar o dia bem, com a sensação de dever cumprido e a certeza de que podemos tentar fazer tudo dar certo no dia seguinte.
Sandro Testinha foi homenageado pelo Trip Transformadores 2013. Assista aqui a sua história.
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