Isadora Faber chacoalhou a escola de Floripa com seu ”Diário de Classe”, que virou livro
“Hoje estou muito feliz. Chegou a capa do meu livro”, digitou Isadora Faber, sem desgrudar os olhos do computador. Não tinha jeito: a notícia que ela havia acabado de receber da editora precisava ser compartilhada com seus 660 mil seguidores de uma rede social – que prontamente responderam com milhares de ‘curtidas’. Afinal, foi ali que, em 2012, a menina de 13 anos ficou famosa ao criar a página Diário de Classe, onde denunciava as precariedades da escola pública em que estudava, na cidade de Florianópolis.
De post em post, os relatos que causaram alvoroço na época saíram do mundo digital para virar livro, com o mesmo título da página virtual. O lançamento, com direito a noite de autógrafos, aconteceu na capital de Santa Catarina e também em São Paulo, nos meses de maio e junho.
Homenageada pelo Trip Transformadores em 2013, Isadora diz que o convite para fazer um livro sobre sua história partiu da editora Gutenberg. Foi um desafio: por quase um ano, teve de se equilibrar entre os estudos, palestras e a redação dos nove capítulos que acabam de chegar às livrarias. Nas quase 300 páginas, ela fala da vida, da família, dos dias na Escola Municipal Maria Tomázia Coelho e da repercussão nacional e internacional que seu Diário de Classe legou.
“Parece que foi ontem que tudo começou”, escreveu ela, agora com seus 15 anos que acabaram de ser comemorados. Ela não abandonou seu diário virtual. Pelo contrário: agora usa sua influência – e seus numerosos seguidores – para continuar denunciando os problemas não só das escolas de Florianópolis, mas de todo o Brasil. E nem pensa em parar.
“Quero continuar”, diz ela, que este ano entrou em um colégio particular, onde vai cursar o ensino médio. “Estudei o ensino fundamental inteiro em escola pública e sei bem como é a realidade. Não é porque mudei de escola que vou desistir”, garante, apoiada pelas interações com seus seguidores nas redes sociais, que seguem a todo vapor.