por Redação

Movimento promove troca de experiências em bairros populares do Brasil

“Deixa, deixa, deixa, eu dizer o que penso desta vida, preciso demais desabafar…”(Desabafo – Marcelo D2)

A ideia de criar o Desabafo Social surgiu em 2011 quando Monique Evelle e mais três amigos estavam no terceiro ano do Ensino Médio. Inicialmente formavam apenas um grupo que movimentava o grêmio estudantil no colégio, mas que acabou perdendo a força devido à correria do ano do vestibular.

Após concluir o Ensino Médio, no inicio de 2012, Monique encontrou novos parceiros dispostos a contribuir e começaram as articulações do Desabafo Social fora do colégio.

"Eu já falei que tenho algo a dizer, e disseQue falador passa mal e você me disse"

Como moravam em um bairro popular de Salvador, resolveram começar pelo próprio bairro, já que as crianças não tinham e não têm nenhum espaço cultural e de lazer. Direitos Humanos, protagonismo infanto-juvenil e comunicação são as áreas que todos já militavam. Mas o que era de fato o Desabafo Social? Essa resposta só o tempo soube dar.

"Que cada um vai colher o que plantouPorque raiz sem alma, como o Flip falou, é triste"

Começaram as primeiras Oficinas para o público infantil sobre Educação Ambiental, Literatura Infantil, Direitos da Criança, Produção Textual, Fanzines… Já com os adolescentes, exibiam filmes relacionados a Direitos Humanos com direito a bate-papo. Tudo isso era em um espaço temporário. Muitas vezes o investimento financeiro saiu do próprio bolso e, com o tempo já não tinham como realizar as Oficinas, porque não havia nenhum apoio logístico. Foi então que resolveram fazer nas ruas!

"A minha busca é na batida perfeitaSei que nem tudo tá certo mas com calma se ajeita"

As ações do Desabafo Social costumam acontecer nos bairros populares, com a interação das crianças, adolescentes e jovens das comunidades. A ideia é trocar experiências, incentivar e estimular o engajamento deles em causas sociais, garantindo a realização de atividades onde haja troca de experiências sobre o direito humano à participação infanto-juvenil.

"Por um mundo melhor eu mantenho minha féMenos desigualdade, menos tiro no pé"

Atualmente, as iniciativas do Desabafo são:

• “Oficinas nas Ruas”:
• “Roda de Conversa On-line”, onde o chat é utilizado para debater sobre diversos temas relacionados a direitos humanos;
• “Na Roda com o Desabafo Social”, que são encontros presenciais com adolescentes e jovens;
• “Desabafo Social na Ponta dos Dedos”, em que a galera compartilha diferentes opiniões através de textos;
• “Da Janela pra Lá”, através da fotografia de diferentes realidades, fazendo um diálogo paralelo sobre como a mídia retrata cada cidade e cada bairro;
• “Revista On-line Desabafo Social” que busca aumentar o fluxo de informações sobre diversas temáticas sociais e são os conteúdos são elaborados por adolescentes e jovens.

Hoje esses baianos “arretados” possuem colaboradores no Subúrbio Ferroviário de Salvador, em São Paulo, na cidade de Bujaru, no Pará, e em Fortaleza, Ceará. O Desabafo já é uma rede.

O Desabafo Social não é só de Monique. O Desabafo Social é de todos aqueles que através de gestos e palavras demonstram a sua inquietação diante da realidade em qual vivem. Como ela mesmo costuma afirmar: “eu sou o que nós somos” (Ubuntu).

* Conteúdo produzido e postado originalmente pelo Imagina na Copa, parceiro do Trip Transformadores.

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