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por Alexandre Potascheff

O ator e diretor fala sobre cinema, televisão e seu mais recente filme, O Cheiro do Ralo

Ele nasceu em Minas (Passos), cresceu em São Paulo e se estabeleceu no Rio de Janeiro. Começou na televisão aos 9 anos, hoje está com 33. 

Aos 33 anos de idade, 23 de carreira, o ator Selton Mello já acumulou diversos prêmios no cinema, participações em novelas e minisséries, aparições no teatro e ainda assume a direção, produção e apresentação do programa Tarja Preta, no Canal Brasil.

As novelas e séries em que atuou para a TV são, sem dúvida, das mais apreciadas pelo público. As peças de teatro, das mais prestigiadas e instigantes. Os filmes, dos mais celebrados e premiados.

Seu programa de TV, o Tarja Preta, do qual é apresentador e diretor, levou por dois anos consecutivos o Prêmio Qualidade Brasil de melhor programa da TV por assinatura.

De cima de seu currículo invejável, menospreza a imprensa de celebridades e se dá ao luxo de abrir mão de um contrato fixo com a maior rede de televisão do país.

Estamos falando de Selton Mello, um dos mais interessantes atores brasileiros da atualidade, que está aqui com a gente para falar sobre cinema, televisão e seu mais recente longa-metragem, O Cheiro do Ralo, que conquistou o caneco de melhor filme da 30ª Mostra de Cinema de São Paulo, por decisão unânime do júri e levou para casa o prêmio de Melhor Ator na Mostra de Cinema do Rio de Janeiro, está previsto para estrear nos cinemas de todo Brasil no próximo dia 23 de março.

No Trip Fm desta sexta-feira (9), Selton fala sobre as gravações deste e de outros três filmes a ser lançados ainda em 2007, faz críticas sobre a qualidade dos atores de hoje, reflete sobre mulheres, fama e dispara: “Meu tesão mesmo é cinema”.

Confira alguns trechos dessa conversa:

Eu vejo os atores falando que fizeram laboratório, que fulano engordou 150 quilos para viver um gordo, outro usa droga para viver um drogado, qual foi seu laboratório para viver o Lourenço, em O Cheiro do Ralo?

Eu não sei, cara, esse negócio de laboratório é até um negócio delicado. Hoje em dia tem muita gente ruim na televisão. Vamos falar a real, né? Muita gente ruim. Muita gente que não é ator. O José Wilker tem uma definição ótima para isso: “Hoje em dia tem muito desinibido e poucos são atores”. Realmente, basta o cara ser desinibido, falar mais ou menos, que ele já é ator. E aí, um desinibido desse fala: “Não, porque agora eu vou fazer um laboratório para viver um porteiro...”.

A palavra “laboratório” foi se banalizando e, hoje em dia, laboratório para mim é exame de urina e de fezes. Na verdade, não tem laboratório nenhum não. Se você é ator, se você é um artista, você está atento a tudo, está vendo a vida. Então, se um cara me chama para fazer um porteiro, amanhã eu não preciso ficar colado em um porteiro. Já tive vários porteiros na vida e sei fazer um porteiro. Laboratório é para iniciante, para amador.

Fala de algumas coisas ridículas das quais você se envergonha na sua carreira.

Não me envergonho de nada, mas já fiz coisas ridículas. Dublei um monte de coisa, desenho animado. Dublei o Charlie Brown. Outra coisa ridícula é que eu fui calouro infantil.

Seria no programa do Raul Gil?

No Raul Gil, no programa do falecido Dárcio Campos, Geração Chanti. Cantei no Bozo, para ser julgado por aqueles bonecos, fiz teste para Garoto Juca e perdi. Isso explica tudo.

Você queria ser cantor quando era moleque?

Eu fiz teste para o grupo Dominó, fiz teste para o Balão Mágico. Deus é pai e eu não passei em nada disso. Hoje em dia eu seria um ex-Dominó, ia ficar passeando com a Simony, com o Jairzinho, nos programas de retrospectiva.

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Em São Paulo, o Trip Fm vai ao ar pela Rádio Eldorado (92,9) todas as sextas-feiras, às 20h. Pela Internet, a íntegra desse bate-papo pode ser encontrada aqui no áudio acima. 

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