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por Alexandre Potascheff

Escritor e roteirista de televisão e cinema Paulo Lins destrincha dinâmica social das favelas

Paulo Lins lançou apenas um livro como romancista, mas a qualidade de sua obra foi o suficiente para o mundo das letras considera-lo um marco da prosa contemporânea brasileira e um dos escritores mais respeitados da atualidade. Seu romance Cidade de Deus virou filme nas mãos pelas mãos de Fernando Meirelles e fez muito sucesso no Brasil e no exterior

Nascido na década de 50 no Rio de Janeiro, ele cresceu na favela carioca Cidade de Deus e se apaixonou ainda criança pela literatura. Na década de 80 fez parte de alguns grupos de poesia e se formou em Letras pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, que lançou seu primeiro livro de poesias, Sobre o Sol, de 1986.

Paralelamente ao trabalho literário ele militava em diversos movimentos no bairro onde cresceu: foi um dos fundadores do cineclube, participou do movimento negro, da associação dos moradores e ainda deu aulas por lá. Esse contato com a comunidade facilitou o trabalho de pesquisa antropológica sobre criminalidade e as classes populares que  fazia na favela para a antropóloga Alba Zaluar. Incentivado por ela, que percebeu que sua praia era muito mais as palavras do que a antropologia, e pelo crítico literário Roberto Schwarz, os oito anos de pesquisa acabaram servindo de base para um romance que iria causar uma verdadeira reviravolta na sua vida.

Além de escritor, ele é poeta, professor, roteirista de televisão e de filmes como Quase 2 Irmãos, Orfeu, entre outros. Sua mais recente empreitada é a de preparar um roteiro para o filme Faroeste Caboclo, baseado na letra da música de mesmo nome do grupo Legião Urbana.

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