A jornalista, empresária, mentora, investidora e consultora fala de sua trajetória, que inspira a de tantas outras pessoas que não querem discursos prontos e rasos
“Não dá pra romantizar o empreendedorismo. Para algumas pessoas, ter a própria empresa é o maior sonho, é a vida dela que está em jogo, então tem que dar certo. Existe outro lado, não tão falado, que é a precarização do empreendedorismo. As pessoas não estão ganhando nem um salário mínimo”, afirma Monique Evelle. Baiana da periferia de Salvador, ela é tantas coisas que fica difícil defini-la. Jornalista, empresária, mentora, investidora, consultora e dona de uma cadeira no programa Shark Tank Brasil, ela tinha 16 anos quando transformou uma chapa estudantil, a Desabafo Social, em uma organização em favor dos direitos humanos. De lá pra cá, ganhou prêmios, fundou empresas e foi eleita prodígio por um punhado de instituições – título que a acompanha desde a infância, às vezes mais como um peso do que um reconhecimento. “Temos que parar com isso. Porque o ‘prodígio’, as pessoas um pouco mais fora da curva, também têm a possibilidade e o desejo de pausar, descansar, e não performar conforme a expectativa do mundo”, diz. “Sempre foi muito exaustivo ter que ser a melhor da turma. Porque era a única coisa que restou pra mim, como uma menina negra e periférica num colégio de um bairro de elite. Foi a minha saída pra ser vista de algum jeito, no lugar de potência. Hoje entendo que isso foi um efeito do racismo”.
No Trip FM, Monique Evelle bateu um papo com Paulo Lima sobre o seu papel como Shark, autoestima, infância, empreendedorismo, dinheiro e muito mais. Você pode ouvir o programa completo no play aqui em cima ou no Spotify.
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