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por: Buscofem

Dá pra existir além do trabalho?

apresentado por Buscofem

Na Casa Tpm 2021, a economista Gabriela Mendes, a atriz Suzana Pires e a jornalista Daniela Arrais conversam sobre sobrecarga das mulheres

Não é novidade que mulheres convivem com a sobrecarga. Mas nessa pandemia sem previsão para acabar, a jornada dupla – e, em alguns casos, tripla – fez com que a balança que já era desequilibrada pendesse ainda mais para o nosso lado. O resultado? Mulheres exaustas, estressadas e deprimidas.

“A sobrecarga é a nossa vilã. A gente precisa saber disso”, diz Suzana Pires, que participou da Casa Tpm 2021 ao lado da empresária Gabriela Mendes e da jornalista Daniela Arrais em um encontro oferecido por Buscofem. Desde 2017 a atriz realiza uma pesquisa anual com suas seguidoras sobre quais são as dores que mais as atormentam. As principais respostas sempre se repetem, representando diferentes variações da sobrecarga feminina. “O mundo vai jogar esse peso e cabe a nós administrarmos essa questão. Precisamos conseguir equilibrar esse peso”, diz ela.

E o peso não é fruto apenas de um cansaço físico. Gabriela compartilha que se sente exausta por ter que conviver com a intolerância e se ver sempre repetindo as mesmas coisas: “Eu me sinto muito cansada de ter que lidar com pessoas que estão com a cabeça no século XX”, desabafa. “O século XXI não tem espaço pra desigualdade de gênero, pro racismo, pra homofobia. É o século da transformação, onde estamos assumindo o protagonismo. Quem ainda precisa ser convencido disso, me desculpa, mas está no século XX”.

Suzana também ressalta como a síndrome de impostora chega nas mulheres de forma muito sutil, muitas vezes a partir do que vem do outro: “É uma coisinha que alguém falou e já começamos a ter uma crença limitante. A mulher precisa estar ligada o tempo todo nos próprios pensamentos pra ir desmantelando esses gatilhos. E isso requer tempo”.

“A sociedade quer colocar a gente nesse lugar de que mulher não sabe gastar dinheiro. Meu filho, a gente administra lares. Você quer mais treta do que administrar uma família?”, provoca Gabriela, que também é economista. “Tem que ser uma excelente administradora pra sobreviver com um salário mínimo e sustentar dois, três filhos e fazer todo mundo ter arroz, feijão e carne até o fim do mês.”

Suzana e Gabriela concordam que é preciso cada vez mais olhar para dentro, trabalhar o autoconhecimento para entender onde dói e o que queremos de nós mesmas. “Para além das expectativas do mundo sobre mim, o que eu quero? As pessoas querem muitas coisas, mas o ponto é: qual a escuta que eu dou para essas demandas internas?”, questiona Gabriela.

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