por Alexandre Potascheff

DJ do mais relevante grupo de rap do Brasil, os Racionais MCs, fala sobre sua trajetória na música, fama, dinheiro, paternidade, energia e espíritos

Ele é responsável pelas batidas do mais relevante grupo de rap do Brasil, o Racionais MC’s. Pra muita gente, estaria de bom tamanho, mas não para o DJ Kleber Simões, mais conhecido como KL Jay, que ainda balança a noite paulistana em festas que misturam os mais diversos estilos musicais.

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Trip FM: O Racionais tem um discurso muito politizado. Isso sempre esteve no projeto do grupo?

KL Jay: Não. Isso foi se desenvolvendo à medida que a gente foi ficando mais velho e enxergando o quadro. Daí a gente foi mudando a letra, o Brown foi mudando o jeito de escrever... Antes o discurso era mais amplo, pra mais gente se identificar, mas sempre puxando pra realidade da população negra.

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Eu ouvi você dizer que os caras dos Racionais já se conhecem de outras vidas. Explica isso. Uma amiga minha muito espiritualizada contou que um dia entrou em um ônibus e viu um rapaz com uma camiseta dos Racionais, dessas piratas que os caras vendem por aí, com a foto de nós quatro. E naquele momento ela disse que nos viu no passado, 400 anos atrás, juntos também, com as mesmas características que a gente tem hoje. E daí o tempo foi passando e eu fui percebendo e ligando os fatos. Porque os Racionais são quatro caras de realidades diferentes, que moravam longe e que num determinado momento se encontraram e decidiram que iriam caminhar juntos. Eu e o Brown temos uma ligação muito forte em relação a isso. É uma missão. O Racionais veio cumprir uma missão. Uma missão de salvar vidas através da música, da postura, da coragem... Acho que o hip-hop salvou uma geração de jovens negros que estava fadada a morrer cedo, ir pra cadeia ou viver aí como cachorro. E acho que o Racionais faz a parte dele.

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Eu não conhecia esse seu lado mais espiritual. De onde vem essa conexão? Eu sempre tive essa ligação, desde pequeno. Eu ia ao centro espírita com 12 anos. Sozinho! Minha mãe é católica conservadora! Agora que ela está começando a abrir mais a mente. Eu já vi espírito, conversei com gente que estava recebendo entidades... Eu também percebo muito a energia do ambiente. Minha casa tem cristal, planta, eu acendo vela pro meu anjo da guarda. Porque tudo é proteção, né? O mal e o bem existem. Você não vê, mas sente. E essas energias estão com as pessoas, as energias boas e as ruins. E pra mim, que trabalho na madrugada, na noite, eu preciso estar protegido.


ESCUTE A ENTREVISTA COMPLETA NO PLAY ABAIXO:


SET LIST

St Paul & The Bronken Bones – Like a Mighty River
Gruff Rhys – Gyrru Gyrru Gyrru
Maria Bethânia – Mano Caetano
The Sugar Hill Gang – Rapper’s Delight
Sharon Jones – I Just Dropped In

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