DJ do mais relevante grupo de rap do Brasil, os Racionais MCs, fala sobre sua trajetória na música, fama, dinheiro, paternidade, energia e espíritos
Ele é responsável pelas batidas do mais relevante grupo de rap do Brasil, o Racionais MC’s. Pra muita gente, estaria de bom tamanho, mas não para o DJ Kleber Simões, mais conhecido como KL Jay, que ainda balança a noite paulistana em festas que misturam os mais diversos estilos musicais.
VEJA TAMBÉM: Mano Brown no Trip TV
Trip FM: O Racionais tem um discurso muito politizado. Isso sempre esteve no projeto do grupo?
KL Jay: Não. Isso foi se desenvolvendo à medida que a gente foi ficando mais velho e enxergando o quadro. Daí a gente foi mudando a letra, o Brown foi mudando o jeito de escrever... Antes o discurso era mais amplo, pra mais gente se identificar, mas sempre puxando pra realidade da população negra.
ESCUTE TAMBÉM: Os Gemeos no Trip FM
Eu ouvi você dizer que os caras dos Racionais já se conhecem de outras vidas. Explica isso. Uma amiga minha muito espiritualizada contou que um dia entrou em um ônibus e viu um rapaz com uma camiseta dos Racionais, dessas piratas que os caras vendem por aí, com a foto de nós quatro. E naquele momento ela disse que nos viu no passado, 400 anos atrás, juntos também, com as mesmas características que a gente tem hoje. E daí o tempo foi passando e eu fui percebendo e ligando os fatos. Porque os Racionais são quatro caras de realidades diferentes, que moravam longe e que num determinado momento se encontraram e decidiram que iriam caminhar juntos. Eu e o Brown temos uma ligação muito forte em relação a isso. É uma missão. O Racionais veio cumprir uma missão. Uma missão de salvar vidas através da música, da postura, da coragem... Acho que o hip-hop salvou uma geração de jovens negros que estava fadada a morrer cedo, ir pra cadeia ou viver aí como cachorro. E acho que o Racionais faz a parte dele.
ESCUTE TAMBÉM: Marcelo D2 no Trip FM
Eu não conhecia esse seu lado mais espiritual. De onde vem essa conexão? Eu sempre tive essa ligação, desde pequeno. Eu ia ao centro espírita com 12 anos. Sozinho! Minha mãe é católica conservadora! Agora que ela está começando a abrir mais a mente. Eu já vi espírito, conversei com gente que estava recebendo entidades... Eu também percebo muito a energia do ambiente. Minha casa tem cristal, planta, eu acendo vela pro meu anjo da guarda. Porque tudo é proteção, né? O mal e o bem existem. Você não vê, mas sente. E essas energias estão com as pessoas, as energias boas e as ruins. E pra mim, que trabalho na madrugada, na noite, eu preciso estar protegido.
ESCUTE A ENTREVISTA COMPLETA NO PLAY ABAIXO:
SET LIST
St Paul & The Bronken Bones – Like a Mighty River
Gruff Rhys – Gyrru Gyrru Gyrru
Maria Bethânia – Mano Caetano
The Sugar Hill Gang – Rapper’s Delight
Sharon Jones – I Just Dropped In
Ouça todas as músicas que rolaram no Trip FM em 2016