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por Alexandre Potascheff

Um dos ícones da cultura nordestina, o sanfoneiro e cantor conta causos de sua carreira

Dominguinhos nasceu em 1941 em Garanhuns, Pernambuco, e sua história se confunde com a da música brasileira, principalmente da música regional nordestina. Filho de mestre Chicão, exímio tocador e afinador de sanfonas de oito baixos, já aos 7 anos ele se apresentava com os irmãos, com quem formava o grupo Os Três Pingüins, pelas feiras e portas de hotéis da cidade.

E foi exatamente durante uma dessas apresentações que Nenê, seu apelido na época, conquistou os ouvidos de Luiz Gonzaga, o rei do baião, que lhe prometeu ajuda na carreira musical assim que ele fosse ao Rio de Janeiro. E foi exatamente o que aconteceu seis anos mais tarde, quando ele se mudou com a família para o subúrbio de Nilópolis. Com a ajuda de Luiz Gonzaga e também de Mestre Lua, que lhe presenteou com uma sanfona de 80 baixos, ele fazia, na companhia do pai, irmãos e de mais alguns companheiros, shows em boates e cabarés da cidade. Em 1964 surge outro nome importante de sua carreira, Pedro Sertanejo, que lhe convenceu a gravar seu primeiro disco, o Fim de Festa, pelo seu selo Cantagalo.

Seu talento claro e nato conquistou também a turma baiana dos tropicalistas, com quem fez diversas e belas parcerias. Dos shows nas praças de Garanhuns até hoje são praticamente 60 anos de sanfona, mais de 50 discos e dezenas de músicas. Estamos falando de um dos mais importantes ícones da cultura nordestina, um dos mais exímios sanfoneiros que este país já viu, José Domingos de Moraes, mais conhecido como Dominguinhos, que conduziu o diretor Sérgio Roizenblit atrás dos grandes sanfoneiros do Brasil para seu documentário O Milagre de Santa Luzia, que será lançado no fim deste mês.

Ouça a entrevista com Luiz Villaça, diretor de "O Contador de Histórias".

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