por Isabella Infantine

Mulheres inventam produtos que ajudam a conciliar trabalho e maternidade com harmonia

O despertador toca, mas é o choro do bebê que acorda a mãe. O café-da-manhã vai para a mesa. A mamadeira deve ser aquecida e a fralda trocada. O segundo filho se ajeita para a escola.  A bolsa do trabalho já foi preparada e o tapete da yoga é colocado no porta-mala. O celular alerta para o segundo alarme do dia: a cegonha traz por aí mais uma surpresa!


Na correria entre o berço e o computador de trabalho, algumas mães perceberam a necessidade de inventar, elas mesmas, vários apetrechos que facilitam a sua própria rotina. De quebra, elas ganham tempo para ficarem com seus pupilos.

O negócio ganhou asas e tornou-se algo de ponta. Hoje, as super mamis unem o trabalho ao crescimento de seus filhos, vendo a maternidade como uma soma na vida profissional e não uma interrupção.

Que tal levar o berço para o trabalho?

Mariana Valentini, 30 anos, começou a fotografar grávidas por vários motivos: “Primeiro por estar cansada de trabalhar com Artes Visuais. Quando engravidei do Juliano, queria fazer um ensaio para guardar para a eternidade. Combinei com umas amigas fotógrafas e elas fizeram as fotos. A partir daí amadureci a idéia, estudei e tive uma ajuda fundamental: a do meu marido Marcelo Naddeo, que fotografa há anos”.

O negócio caseiro começou com fotos de amigas e se tornou algo profissional em muito pouco tempo. Mariana acredita que conciliar a vida de mãe e profissional não é uma tarefa difícil, como todos devem pensar. Ela argumenta, “É maravilhoso. Eu tenho um trabalho que me permite ficar muito tempo com meu filho. Me viro nos trinta: cozinho, trato fotos e carrego o bebê no colo, pois obviamente, ele pede carinho ao longo do dia. E eu jamais ficaria feliz apenas cuidando dele e da casa”.

Como tudo deve terminar em festa, duas amigas designers, Maria Mazzucchelli e Raquil Lange, a medida que os meses se passavam e suas crianças cresciam sempre comemoravam. Assim, motivadas a colaborar com mães que queriam curtir um momento de alegria e fantasia com seus pequenos, criaram a Parangolé, uma marca de produtos para festas infantis.

Ligia de Sica, 28 anos, está à frente da famosa invenção Bebê Chila, bolsa criada especialmente para carregar tudo o que um bebê precisa. A atriz e professora particular de francês conta como surgiu essa empreitada: “Minha filha nasceu e tinha dificuldade de encontrar uma bolsa que pudesse acomodar tudo de maneira confortável. Usava uma mochila de esporte, mas ficava muito feio. Resolvi produzir a minha própria”.

Para Renata Pedrosa, 42 anos, foi um pouco diferente. A idealizadora do sling, tipóia de pano que se ajusta ao corpo para carregar o bebê - lecionava artes numa faculdade, quando engravidou do seu segundo filho, foi demitida. Ela procurou uma outra maneira de ganhar dinheiro, pensando que logo estaria em casa com um bebê recém-nascido. Assim que sua filha nasceu, criou o site Sampa Sling com mais duas sócias.

Outra ferramenta de compra de produtos para bebês é site Luka & Lika. A loja virtual foi criada pela professora de inglês e tradutora, Heather Joi Allan da Silva, 27 anos. Com uma família enorme, a mãe de cinco filhos conta sua trajetória: “Comecei a partir do nascimento da minha filha caçula, há dois anos, pois queria poder ficar com ela e ao mesmo tempo facilitar o acesso a alguns produtos que eu achava legal, pra outros bebês”.

Uma ótima alternativa para a mantinha de criança é o BabyCocoon, um saco de dormir que mantém a criança coberta a noite toda. Ele foi criado por Mônica Mazzer Barroso Keel, 34 anos, da seguinte maneira: “Quando eu e meu marido procuramos um segundo saquinho de dormir para nossa primeira filha, o primeiro veio da Suíça, simplesmente não encontramos nada parecido em São Paulo. Com isso, decidimos produzi-lo 'in house' mesmo. O resultado foi tão positivo que mandamos fazer mais alguns para presentear bebês de amigos. E até hoje não paramos a produção”.

O que há de melhor no mercado infantil hoje?

Nesse final de semana ocorre a oitava edição do tradicional bazar infantil Baby Bum. Na Rua Coropé, nº 88, de sexta a sábado, das 10 às 20 horas, você encontra: roupas, acessórios, enxoval e brinquedos. As mães mais moderninhas e antenadas nas tendências do modelito dos pequenos podem correr com seus carrinhos de bebê, porque lá tem contação de histórias, oficina de doces, papel e  jardinagem.

O evento foi idealizado por Daniela Junqueira Schiller, 40 anos, e sua sócia Graziella Soubhia, 39 anos. O sucesso da feira é explicado por Daniela: “Como o mercado infantil, revelou-se ser mais tradicional, buscamos trazer novas marcas, muitas vezes com um trabalho mais alternativo, outras vezes mais artesanal, para um público maior. Com tudo isto viramos referência de tendência infantil, pois sempre apresentamos o novo, o diferente”.

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