Gabriela Monteiro nasceu e cresceu no morro da Babilônia, zona sul carioca. Mas desde muito nova teve contato com pessoas de outras classes sociais. "No Pedro Segundo, colégio público em que estudei, tinha gente com muita grana", conta. Foi ali que começou a perceber que a roupa era um jeito de se diferenciar e de se impor. "Nunca quis ser ‘a menina da favela’. Assim fui construindo um estilo, que hoje é uma mistura da fase skatista com a fase rocker, com a fase jogadora de vôlei de praia.”
Aos 26 anos, o que mais chama a atenção em Gabriela é o cabelo crespo, lindo e muito bem resolvido. Ela sabe que ele atrai olhares e não liga para o que dizem. Quer dizer, não liga se o comentário não for racista, como aconteceu na faculdade, onde duas professoras fizeram piadinhas discriminatórias com cabelos black power. Gabriela é a única aluna negra do último ano da faculdade de moda na PUC do Rio. Constrangida e angustiada deixou de frequentar as aulas das professoras em questão. Resultado: foi reprovada. Quando se deu conta do absurdo resolveu colocar a boca no trombone. O post no Facebook onde relata a história tem mais de 10 mil curtidas. E hoje há um processo na Justiça e uma sindicância interna na universidade. “Não é um problema das professoras, é da sociedade no geral. Quero ver a discussão se ampliar. Não vou me calar.” Tamo junto, Gabi!