Fã assumida de Amanda Melo, designer Elisa Stecca a questiona sobre a arte e o tempo
Do time da galeria Mariana Moura, de Recife, a artista plástica Amanda Melo foi convidada a participar do 32º Panorama da Arte Brasileira, em cartaz no Museu de Arte Moderna (MAM) até dezembro. Ela expõe lá a série “Sal e mar”, que criou se posicionando dentro da água e desenhando o que via a sua volta com lápis de aquarela. “O mais importante desse trabalho é a ação, e não o desenho”, explica a pernambucana, que deixava que o balanço e os respingos do mar interagissem com os desenhos. Admiradora do trabalho de Amanda, a designer paulistana Elisa Stecca topou questioná-la sobre trabalho e tempo – tema da exposição no MAM – para a Tpm.
Elisa Stecca. Quanto dura um instante?
Amanda Melo - Dura enquanto há desejo e vontade.
Se o artista almeja a eternidade através da perpetuação da obra, como lidar com o efêmero?
Diante da complexidade da vida, as coisas todas se misturam e o “eterno” pode ser “efêmero” ou o contrário. Em meus trabalhos, as experiências que costumam ser consideradas “efêmeras” recebem minha maior atenção.
Como você valora seu tempo?
Construir um contrafluxo daquilo que é esperado pelo sistema custa caro, econômica e socialmente. Gostar de vivenciar as coisas, independente do prazer, da dor ou de sua duração, é o melhor jeito de estar no mundo.
Vai lá: 32º Panorama da Arte Brasileira – Itinerários, itinerâncias – no MAM – parque do Ibirapuera, São Paulo, SP, (11) 5085-1300. Até 18/12. R$ 5,50