por Camila Eiroa

A Tpm passou uma tarde com a estilista dos tropicalistas, que falou sobre drogas, ditadura militar e a convivência com os artistas

Vestir os tropicalistas, montar a boutique mais badalada dos anos 60/70, ser editora de moda e renovar o universo das artes plásticas no Brasil. Parece tarefa para mais de uma vida, mas Regina Boni escolheu fazer tudo na mesma - e conseguiu.

A artista plástica Regina Boni nasceu em Juiz de Fora, Minas Gerais, e foi para o Rio de Janeiro ainda bebê. Muito jovem, se casou com José Bonifácio Sobrinho - o poderoso Boni da Rede Globo - com quem teve dois filhos. Aos 21 anos, já separada, mudou para São Paulo. Era uma jovem politizada e estava totalmente ligada aos movimentos efervescentes da época.

Mesmo nunca antes envolvida com moda, foi escolhida pelos companheiros e amigos tropicalistas - Caetano Veloso, Gal Costa e Gilberto Gil, principalmente - para criar figurinos que passassem a mensagem de suas músicas. Assim surgiu Ao Dromedário Elegante, a marca que vestiu além da trupe nomes como Chacrinha, Roberto Carlos, Wanderléia e jovens da época que se identificavam com o discurso.

Porém, os anos de chumbo impossibilitaram que isso continuasse. Com exílio de seus companheiros, Regina também passou a ser perseguida pela TFP [Tradição Família e Propriedade] e se afastou do cenário político. Foi estudar jornalismo,  assumiu o cargo de editora chefe de uma publicação de moda no começo dos anos 70 e depois de passar um período na Europa, voltou para o Brasil decidida a mudar o conceito conservador das artes plásticas à frente da Galeria São Paulo, que fechou suas portas em 2002.

Hoje com 71 anos, ela recebeu a Tpm em sua casa, em São Paulo, para contar as incríveis memórias de sua trajetória. 

Como começou a história da Ao Dromedário Elegante? Primeiro eu me juntei ao grupo tropicalista. Eu era uma pessoa muito politizada e nunca tinha me imaginado fazendo roupa, meu negócio era política, sociologia, filosofia. Um dia eu estava na casa do Caetano [Veloso] em uma discussão, e disse que a roupa que ele tinha usado na apresentação de Alegria, alegria no festival era muito careta e não correspondia à linguagem dele. Era muito conservador. A gente começou a conversar sobre roupa e a Dedé [Gadelha] disse que eu seria a nova figurinista do grupo. Eu falei “mas eu nunca peguei em um lápis, não sei nemcosturar”. Ela insistiu na ideia e eu comecei a desenhar as roupas, minha mãe que costurava – ela era formada em Paris, uma fantástica costureira.

Mas até então você nunca tinha desenhado roupa? Nunca. Minha primeira roupa foi para a Gal [Costa], quando ela foi defender uma música do Caetano na Globo, em um festival não desses importantes. E tinha um problema naquele tempo que dava um defeito nas câmeras, fazendo tudo que era brilhante ficar luminoso na transmissão. Aí eu perguntei: Boni, se eu colocar uma roupa toda rodeada de strass, quando a Gal se mexer vai fazer um auê?. Ele disse que sim. Então eu fiz um vestido azul que era todo bordado com strass. Quando a Gal cantou, mesmo fazendo poucos gestos, eles formavam um círculo de luz. Foi super legal.

E como foi consolidada a marca? A gente começou a lidar com as emoções do público. Eu estava tentando dar pro Caetano, pra Gal e pro Gil a imagem do que eles falavam. A gente convive socialmente sempre vestido e a roupa é muito o que você quer ser e o que você quer dizer no grupo em que está. É algo que se distingue muito fácil. Então a gente começou a criar situações em que a roupa dava mais força para a linguagem eles estavam cantando. Conseguimos dominar as reações do público e o Caetano disse que precisávamos testar isso com pessoas que não faziam parte da plateia dos shows. Comecei a fazer uma pesquisa em bazares da periferia da cidade e comprava todo o estoque antigo deles – vinha tecido que não existia mais, fios que não existiam mais etc. Era tudo coisa de 1920 pra cá que eu comprava e criei um acervo de informações. Era também o tempo da revolução sexual e o trabalho que eu fazia era muito sensual e libertário, as roupas eram muito curtas, os tecidos eram moles, o corte tirava o sutiã (que na época era uma armação dura e pontuda). Isso vinha muito de encontro à ansiedade da época: derrubar a Tradição Família e Propriedade e toda essa conjugação social. Era o visual que as pessoas estavam procurando, por isso foi um sucesso. 

 

"Lembro a primeira vez que eu escutei o disco Tropicália, eu fiquei em brasa. Meu rosto ficou vermelho, minha boca ficou seca... Eu ouvia por horas seguidas, ria, chorava. Era uma coisa que mexeu comigo profundamente"

 

Quem mais você vestiu, além do Caetano, da Gal e do Gil? Os Mutantes, o pessoal da Jovem Guarda, fiz o figurino do filme Diamante Cor de Rosa, fiz Chiclete com Banana no Teatro Arena, fiz figurino para um filme do Antunes Filho, fiz Jesus Cristo Super Star, figurino infantil também...

E depois? Depois eu virei editora chefe de uma revista chamada 70, da Abril. Era uma revista que queria mostrar moda para as pessoas e forçar as confecções a fabricarem aquele tipo de roupa. Então eu desenhava a roupa, fotografava, saía na revista mas não era a coleção que estava na loja. Isso alterava o comportamento do fabricante, que começava a produzir coisas mais modernas. 

Você nunca chegou a perder a estética que veio com a proposta do Dromedário? Eu acho que não. Eu sabia tudo que estava acontecendo no mundo inteiro em relação à moda, mas eu era muito intuitiva. Minha formação cultural era muito parecida com a dos tropicalistas; a da multiplicidade de informações, da aceitação das diferenças e também visuais. Eu era fã de música popular, mas ouvia tudo, assim como eles. Música clássica, música do tempo das nossas avós... Eu era fã de cinema e via tudo, todos os filmes da década de 40. Isso tudo criou uma personalidade visual pra gente que era muito informativa e muito política.

Como você conseguia sintonizar a música, a política e a moda? Eu tinha uma profunda ligação com a linguagem do grupo. O que eles queriam dizer era tudo que eu acreditava, e o que eles faziam como música era tudo que eu buscava. Então ficava fácil fazer essa síntese, acontecia naturalmente. Eu me lembro a primeira vez que eu escutei o disco Tropicália, eu fiquei em brasa. Meu rosto ficou vermelho, minha boca ficou seca. Eu ouvia por horas seguidas, ria, chorava... Era uma coisa que mexeu comigo profundamente. Quando eu vi o Caetano a primeira vez eu fiquei impressionadíssima com ele.

Estes figurinos ainda existem? Tenho algumas pouquíssimas coisas aqui em casa. Eu tinha quase que o figurino inteiro, mas emprestei para uma modelo viajar o Brasil em apresentações e o carro foi roubado com o figurino dentro. Algumas outras eu já dei para a Mallu Magalhães, que está morando em Portugal.

 

"Eu passei a influenciar um monte de gente para fumar maconha também. Eu falava: 'bebida não tá com nada, maconha é o maior barato'."

 

Como era conviver com eles nessa época? Porque no nosso imaginário a gente tem a imagem de que era tudo uma loucura... Olha, era uma loucura mas não no sentido que se compreende loucura social hoje. Era uma loucura porque era tudo muito forte. Todos eles eram muito especiais e as coisas aconteciam. A gente era muito jovem. E é muito divertido ser jovem, é muito louco ser jovem... A gente tava conseguindo mudar o mundo. Agora loucura de drogas não tinha. O Gil fumava maconha de vez em quando. Ele chegava em casa e às vezes eu o sentia distante, sabe? Aí um dia eu falei: Gil, tem dias que você fica tão distante de mim... O que acontece? Em silêncio, ele tirou um saco plástico cheio de maconha do bolso e eu caí dura pra trás porque eu nunca tinha visto. [risos] Mas ninguém bebia, todo mundo fumava cigarro. Noitadas de cocaína, por exemplo, isso não existia.

E como foi a reação do grupo quando Gil assumiu que fumava maconha? Olha a do grupo eu não sei, mas a minha foi de estarrecimento e logo depois quis experimentar. 

E experimentou? Experimentei e adorei. Foi maravilhoso! [risos] Eu passei a influenciar um monte de gente para fumar maconha também. Eu falava: "bebida não tá com nada, maconha é o maior barato". Mas eu não fumava tanto assim porque tive uma viagem tão forte da primeira vez, que eram raras as vezes que ela se repetia.

E essa foi a única droga que você experimentou? Não, experimentei cocaína também. Mas essa não fazia a minha cabeça. Ácido eu nunca quis porque eu morria de medo. Eu me achava muito louca por natureza e pensava que não voltaria se eu experimentasse. E eu tenho certeza que não voltaria, viu? Eu viajava o tempo todo, nunca precisei de ácido para viajar. [risos]

Quando esse movimento se dispersou com o exílio, o que você fez? Eu tentei continuar trabalhando um pouco com a Gal, mas comecei a ter problemas com a TFP [Tradição Família e Propriedade]. Reações muito fortes e violentas, eu cheguei a apanhar na rua. Um dia fui de manhã cedo na psicóloga dos meus filhos, que eram criancinhas pequenas na época, e de repente um carro me cercou e estavam todos com metralhadoras. Quando eu me dei conta, tinham outros dois carros e começaram a me bater... Foi uma coisa tão rápida que não deu tempo de ninguém intervir, embora tivessem muitas pessoas na rua. Eles levaram a minha bolsa, e depois o Plínio Corrêa de Olibeira, que era presidente do TFP, me ligou em casa pedindo para eu ir no escritório dele. Disseram que tinham achado minha bolsa e que era pra eu tomar cuidado com as coisas que eu fazia e falava porque eu poderia morrer, ser assassinada. Aí começaram a prender as pessoas quando saíam da minha casa, comecei a ser perseguida na rua, a receber ameaças por telefone dizendo que tinha uma bomba em casa prestes a explodir, dizendo que iam navalhar meu rosto... Jogavam pedras na minha janela de madrugada, acordava as crianças. Um pesadelo. 

E você não foi embora do país por que? Eu parei de trabalhar. A Revista 70 também foi censurada na época. Mas como eu era ex mulher do Boni e ele tinha uma força política muito grande porque já era diretor na Globo, ele me dava cobertura. Fui morar na Granja Viana, que era um lugar com telefone interurbano pra São Paulo na época, levava um dia para completar uma ligação para o Rio. Me afastei de todo mundo – que já não era quase ninguém, porque todos os meus companheiros tinham ido embora. Depois desse curto período que eu fiquei parada, eu percebi que não podia viver sem arte. Pela primeira vez, eu que era contra a arte por ser uma coisa muito capitalista e elitista, fui fazer a Escola de Arte Brasil muito a contra gosto. Mas eu tinha que conviver, eu tinha ficado viciada nisso. Fiz quatro anos de curso e parei, não quis me profissionalizar e a escola fechou. Só desenhava pra mim mesma – como eu faço até hoje, sem nenhuma pretensão artística. Depois de um certo tempo, no final da década de 70, eu fui pra Paris e fiquei na casa de uma marchand brasileira. Ela me alugava um espaço na casa dela e eu trabalhava como assistente na galeria. Aprendi muita coisa. Então eu conheci o Corneil e fui morar com ele e com a mulher dele em um apartamento estúdio, onde eu também trabalhava. Lá, tinham grandes festas com críticos de arte praticamente todos os dias. Eu comecei a aprender a vender arte nessa época e viajar pela Europa para organizar a exposição do Corneil.

 

"Disseram que tinham achado minha bolsa e que era pra eu tomar cuidado com as coisas que eu fazia e falava porque eu poderia morrer, ser assassinada."

 

Por que você voltou para o Brasil? Eu fiquei três anos fora, é muito tempo. Eu tinha ido adolescente e precisava voltar. Fui para o Marrocos ficar uma semana e fiquei seis meses, um amigo meu estava a passeio por lá e começou a dizer que eu era cubana revolucionária e que o meu passaporte falso. A pessoa que me hospedava acreditou que eu fosse mesmo uma revolucionária ilegal [risos], pegou meu passaporte e não me deixava voltar.

E como isso se resolveu? Um dia o secretário do Boni conseguiu ligar pra mim no Marrocos, o que era muito difícil porque não tinham acordos internacionais de telecomunicações. Quando eu atendi, disse que tava presa no Marrocos e que eles precisavam me tirar dali. [risos] Fizeram contato com o dono ou presidente da TV marroquina e conseguiu meu passaporte.

Quando você voltou ao Brasil que abriu a Galeria São Paulo? Eu cheguei aqui e encontrei um cenário muito conservador. As galerias eram imóveis que tinham sido adaptados, deixavam as portas fechadas e sempre tinha um marchand carrancudo avaliando se você tinha direito ou não para comprar. Era constrangedor. Eu mesma tinha vergonha de entrar em galerias, ficava intimidada. E então eu pensei em fazer uma galeria que fosse um projeto para você ver, usufruir obra de arte e com as portas abertas para rua. Em vez de textos de críticos sobre as obras, nós tínhamos catálogos que publicavámos todos os meses, o que era um luxo nessa época. E a partir disso comecei a chamar atenção na mídia e a galeria começou a vender super bem, foi quando comecei a organizar grandes eventos. Eu fazia um trabalho comercial sim, capitalista sim e fiz completamente lúcida.

Você acredita que o discurso da época da Tropicália ainda se faz presente hoje? Se não faz, deveria fazer. Acredito também que existe uma falta de motivação, a globalização pausterizou o universo criativo. São raríssimos hoje os exemplos de arte que são únicas, fortes e suficientes para mundar o mundo. Arte tem que mudar o mundo e essa pausterização não permite que isso aconteça.

Você está em algum projeto agora? Sim. Estou organizando um projeto chamado Senhores da Bossa. A ideia é reunir representantes da Bossa Nova, como Carlinhos Lyra, Toquinho, o próprio Zelão que também é um dos idealizadores do projeto, em um bar para tocar. Isso vai render 28 shows e depois vai virar um DVD.

As edições deste mês de Trip e Tpm trazem o tema Veneno. Sobre a vaidade ser o veneno da alma, você acredita que dentro do grupo tropicalista isso existia? Não. Nossos corações eram puros.

E hoje, você tem algum hábito que considera ser venenoso? Eu acho que essa coisa de ir ficando velho é venenoso. Por exemplo, até hoje eu leio jornal - que é um hábito antigo e de certa maneira me compromete com tudo que é veneno, porque não existe mais imprensa libertária.

 

Seis coisas que aprendi com minha avó vanguardista

por Manoel Brasil Orlandi

Minha avó é vanguardista. Dona Regina foi estilista da tropicália, teve uma galeria de arte e hoje em dia continua na ativa como marchande. Cresci frequentando sua casa, sempre com pessoas e assuntos legais. Tive a sorte de ter sido tratado como criança/adolescente e ao mesmo tempo receber boas doses de sabedoria vanguardista. Nunca escrevi um texto na internet, mas acho que alguns de meus aprendizados e minha vó merecem ser compartilhados. Então segue a listinha:

1. Cuidado com o que você cria.

Eu tinha 10 anos de idade e estava no carro imaginando com ela como seria o futuro. Falei que no futuro não existiram mais carros, que as pessoas entrariam em vagões e apenas selecionariam seu destino. Comecei a elaborar a idéia e adicionei que os vagões iriam identificar as pessoas e se você fosse um bandido, ou algo assim, o vagão não andaria e você seria preso. Minha vó detestou minha ideia, ficou brava e disse:

— Isso é fascismo, você não pode controlar as pessoas assim.

Depois ela pegou mais leve e disse que a ideia seria boa se não tivesse um sistema de identificação. Na hora foi difícil entender, mas foi um bom choque. Até hoje eu abomino qualquer uso de tecnologia para identificação ou controle de pessoas.

2. O estranho muda a estética do que é belo.

Estávamos assistindo televisão quando passou uma reportagem sobre o São Paulo Fashion Week. Olhei aquelas roupas e falei que tudo era entranho e feio. Ela discordou, disse que elas eram bem boas, ainda mais por serem estranhas. Depois explicou que só assim elas poderiam mudar a estética do que é belo. Hoje em dia é assim, bato o olho em qualquer desenho, se tenho um estranhamento, é porque é bom. 

3. A mensagem justifica os meios.

Muita gente não gosta da ideia do David Bowie tocar no Caldeirão do Huck, mas minha vó seria radicalmente a favor. Quando tivemos essa discussão adolescente ela usou argumentos matadores. Por mais que você não concorde ou não dê valor a um meio de comunicação, você não pode recusá-lo. A mídia de massa é algo muito valioso, aproveite esse tipo de oportunidade para alcançar pessoas, sejam elas quem forem. Se um dia eu for empresário do David Bowie e só a TV Gazeta quiser entrevistá-lo, usarei esses argumentos para convencê-lo a ir ao programa “Mulheres”.

4. Cada geração com sua questão.

Quem me deu esse toque foi um amigo da minha vó, mas toda a situação foi gerada em sua casa. Tínhamos assistido o filme “Aguirre, a Cólera de Deus” (um filme alemão muito doido) e comecei mais um discurso adolescente de que, em minha geração, não existiam mais atores radicais como o protagonista Klaus Kisnki. O amigo da minha avó apontou para um quadrinho do Leonilson, que tem uma vela bordada com um “sim” em uma ponta e um “não” na outra, e disse: -Não existe mais um muro de Berlin assim como existia para Kiski. Agora o “Sim” e o “Não” participam da mesma idéia. Para mim isso foi um divisor de águas, nunca mais senti culpa de não ser radical, de não ter um posicionamento político claro e das minhas opiniões serem uma mistura de diversas coisas. Praticamente saí da adolescência.

5. Jantar chique é com comida e música brasileira.

Isso eu aprendi frequentando, se você for receber amigos em casa e quiser fazer algo bem charmoso, não faça quiche, não faça macarrão, não faça nada que veio da França. Bom mesmo é cuscuz paulista, canjiquinha com costelinha, moqueca de peixe, ou até mesmo um simples lombo com arroz e feijão. Tudo isso tem que ser acompanhado com música brasileira. O segredo da minha vó está em explorar o que a gente tem de melhor. Dessa maneira o jantar fica charmoso até para o embaixador da Suíça.

6. É preciso desobedecer.

Minha vó pratica a desobediência frequentemente, de diferente maneiras e modalidades. Diz a lenda que ela é assim desde pequena. Se você reparar, tudo o que eu falei até agora tem a ver com isso. Minha personalidade é bem diferente, eu sou certinho e medroso, mas posso dizer que depois de tantos anos sendo cúmplice da minha vó, eu aceito e me sinto apto a desobedecer. Posso dizer também que graças a minha vó posso caminhar para frente, aceitar o novo e evitar tropeços em atrasos.

(*) Manoel Brasil Orlandi é publicitário, atualmente vive em Estocolmo, e é um dos netos de Regina Boni. Seu texto circulou na internet pelo Medium.

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