Os datados e os mortos

por Nina Lemos
Tpm #113

Nesses 10 anos vimos muita coisa morrer, como o porta-CD e o filme fotográfico

 

Coisas que dataram

• Orkut
Nem nossas mães e avós usam mais. Até elas já descobriram o Facebook, que nada mais é que um Orkut chique. Estamos esperando (e querendo) que o Face também morra. Mas, por enquanto, nada.

• Telefone fixo
Quantos de vocês ainda têm telefone em casa? Se você mora sozinho, bem, duvidamos. A não ser que a linha seja antiga. Um amigo nosso se diz um homem muito antigo. Isso porque ele tem um telefone fixo, fixo. Ou seja, que é de fio, e também porque, quando a pessoa fala, precisa ficar parada ao lado do telefone.

• Televisão de tubo
Encontramos o anúncio de uma (e não era vintage, era lançamento) na Tpm #1 e nos sentimos velhas. Algumas de nós ainda temos essas TVs; mas fica um aviso: se quebram, já não há quem conserte.

• CD
Quando esta revista começou, existia uma seção chamada Discoteque, só para terem uma ideia. OK, vai ter gente que vai dizer que ainda gosta de comprar CD por causa da capa. Tudo bem. Mas isso não quer dizer que o CD não esteja em coma.

• Tamanco plataforma
Está lá nas primeiras Tpms: anúncios de tamancos com saltos plataforma. Lembramos que usávamos desses, alguns bem clubbers, com solados de borracha. Se essa moda voltar, por favor, não use. É horrível e fazia quebrar pé.

• Sex and the city
O seriado de Miranda, Samantha, Carrie e Charlotte era superlegal. Mas acabou. E, antes disso, virou uma maldição, pois mulheres do mundo todo passaram a tomar Cosmopolitan e achar que viviam no seriado. Apesar de a série ter acabado, ela ainda não morreu, pois sobrevive como maldição no comportamento de algumas mulheres que tomam Cosmopolitan...

• E-mail
Quantos e-mails você manda por dia? Só os obrigatórios, que te impedem de fazer o pior: falar ao telefone. Com SMS, MSN, BBM, WhatsApp, DM, chat do Facebook e outras formas de comunicação, o e-mail, essa ferramenta tão moderna, ficou velho.

• Falar ao telefone
Forma de comunicação mais antiga que o e-mail. Hoje, evitamos falar ao telefone a todo custo. Em uma paquera, se o cara te ligar, pode ser considerado sinal de namoro firme.

Coisas que morreram

• Porta-CD
Você pode até gostar de ter a capa do disco com as letras, mas se quiser comprar capinhas “fofinhas” não vai encontrar. Elas eram febre há dez anos. Agora que o CD está em coma, definitivamente morreram.

• Bip
O aparelhinho bizarro e ridiculamente grande (mais gordo que um iPhone) servia para receber mensagens de texto. Se você encontrar em uma feira de antiguidades um desses, compre. Deve valer uma grana.

• Máquina fotográfica de filme
Até os fotógrafos mais renomados, que achavam que esse lance de digital acabaria com a arte, se renderam. Agora, mesmo as digitais estão ameaçadas de morte: com um aparelho celular que faz tudo, quem precisa de uma?

• Filme para máquina fotográfica
Não sabemos nem onde comprar uma coisa dessas. Mas lembramos que eles eram de 12, 24 ou 36 “poses”. Os filmes foram substituídos pelos filtros, disponíveis em aplicativos de iPhone. Alguns deles imitam até... filmes antigos. E, pensando bem, com filtro, quem precisa de fotógrafo?

• Revista The Face

Para mim, era a revista mais incrível do mundo. Uma espécie de Bíblia para modernos. Qualquer hipster que se prezasse (na época essa palavra não era usada) amava a The Face sobre todas as coisas. Não, ninguém amava a Apple e o Steve Jobs ainda.

• Bridget Jones
A personagem solteirona que acredita em homem príncipe encantado foi uma febre do fim dos anos 90 que ainda sobreviveu nos anos 2000, com dois filmes (bem ruins). Até que desapareceu de vez. A chatinha vivia de dieta, se achando um lixo e precisava sempre de um homem careta chamado Mark Darcy para salvá-la. Soubemos que pensam em fazer um terceiro filme sobre ela. Mas, em todo caso, ela já está morta. E se o filme rolar é porque ressuscitou.

• Sites de busca
“Eu vi no Yahoo!”, “Procurei no Cadê”. Sim, já existiram outros sites de busca que não o Google. Quer dizer, existia uma coisa chamada site de busca. Hoje, esse termo nem existe mais. Agora chama Google, a poderosa corporação que tem todos os nossos dados guardados, nos vigia e nos faz vigiar a vida dos outros. Ou vai dizer que você não “dá um Google” depois que conhece um cara interessante?

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