Aos 26 anos, a jornalista Ana Maria Maia é uma das curadoras do projeto Rumos Artes Visuais, do Itaú Cultural, que mapeia a arte contemporânea do Brasil. Além disso, foi curadora assistente da 29ª Bienal de São Paulo, no ano passado. Sua transição do jornalismo para as artes aconteceu ainda na faculdade, em Recife, quando era repórter da agenda cultural universitária. “Quando ia ao encontro de um entrevistado com minha editora, não me reconhecia nela, mas sim no artista. Percebi que estava do lado errado”, lembra Ana. Então, em 2006, a pernambucana, com colegas de faculdade, lançou o portal Dois Pontos, hoje fora do ar, totalmente voltado para arte. Foi quando conheceu o curador da 29ª Bienal, Moacir dos Anjos, que na época era diretor do Mamam (Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães), de Recife, de quem ficou amiga. “Eu olhava as coisas que o Moacir fazia e conseguia me ver fazendo aquilo em 20 anos”, conta. Em São Paulo desde 2009 para um mestrado em história e crítica da arte, Ana curte seu olhar estrangeiro sobre a cidade e escolhe alguns lugares preferidos que, mesmo não sendo galerias, têm muita arte no seu contexto.
Casa do Mancha: O editor de vídeo Danilo Leonel, conhecido como Mancha, mora há três anos numa casa de muro grafitado, no coração da Vila Madalena. Seu home studio, como ele chama, é um espaço de produção musical. Bandas independentes como Holger, Bazar Pamplona e Nevilton já gravaram seus discos por ali. Toda gravação atrai amigos e quando o trabalho é finalizado vira uma festa com show ao vivo. Apesar de vender bebidas e ser aberto ao público, Mancha garante que sua casa não é uma “balada”, e sim um lugar de vivência da música. | Vai lá: r. Filipe de Alcaçova, s/n, Vila Madalena, São Paulo, SP, (11) 3796-7981 / Créditos: Nina Bruno
Ateliê 397: Lugar onde o artista interage com os espaços do ateliê: o corredor, o muro e o chão de cimento. O corredor é o espaço para as projeções de videoarte, no muro a pintura é renovada de tempos em tempos por um artista plástico e o chão traz as marcas de tinta das produções realizadas na sala de exposição desde 2003. A equipe do Ateliê 397 é formada por curadores e pesquisadores que tiveram experiências em diferentes museus da capital paulista. | Vai lá: r. Wizard, 397, Vila Madalena, São Paulo, SP, (11) 3034-2132, www.atelie397.com / Créditos: Divulgação
Casa Tomada: A mestre em artes visuais Tainá Azeredo e a atriz Thereza Farkas são as idealizadoras da Casa Tomada, que existe desde 2009. Elas selecionam artistas, por meio de portfólio e entrevista, para uma residência multidisciplinar com troca de experiências realizando um trabalho em comum nos três andares da casa-ateliê. Durante quatro meses eles pintam, armam instalações, revelam fotos e dividem seus interesses para a produção conjunta. | Vai lá: r. Brás Cubas, 335, Aclimação, São Paulo, SP, (11) 2532-7455, www.casatomada.com.br / Créditos: Divulgação
Terraço Itália: “Se você se perde em Recife você vai até a praia. É um norte. Isso não acontece em São Paulo, que não tem horizonte. É uma experiência territorial nova para mim. Do alto do Terraço Itália consigo ver a cidade como uma totalidade. Entendo os limites. Dá uma sensação de que a cidade me pertence. E, depois, o uso desse lugar se repete desde sempre. As mesmas famílias tradicionais, os mesmos drinks, a mesma música pautada por um gosto médio, o mesmo terno mal cortado dos funcionários. Adoro esses lugares meio fora do tempo, que têm tudo para ser lugares de novidade e renovação, mas não são.” | Vai lá: av. Ipiranga, 344, 41º andar, centro, São Paulo, SP, (11) 2189-2929, www.terracoitalia.com.br / Créditos: Divulgação