O que é que a Bebel, a Chanel e a Terra tem em comum?

por Ana Manfrinatto


Uma croniqueta sobre o dia em que eu me tornei ainda mais fã da Bebel Gilberto

Sábado agora (24/04) rolou um evento para celebrar o Dia Mundial da Terra… O lugar escolhido obviamente foi um parque e tinha um palco com vários shows, aulas de yoga, venda de produtos orgánicos e apresentações de dança de uma comunidade alternativa daqui do interior de Buenos Aires. Eu fui para lá meio cedo com uma amiga porque queríamos ver o que, para nós, era a melhor atração do dia: um show da Bebel Gilberto às 18h30.

Enquanto o recital não começava nós passeamos pelo parque, lemos varios panfletos de organizações que lutam pela defesa do meio ambiente e ficamos jogadas na grama num clima de total relax e conexão com a natureza. Famílias com crianças pequenas e jovens adultos formavam parte do público e davam ao evento um clima de paz e amor.

Corta para o show da Bebel.

Ela subiu ao palco e começou mandando ver com Aganjú. O público, que estava sentadinho, começou a levantar e a se aproximar do palco. O clima, até então de hipismo total, foi mudando para fim-de-tarde-no-Leblon já que a obra de Bebel nos remete a uma água de coco no Posto 10, a um pôr do sol no Arpoador ou a um chope no Baixo Gávea.

Só que fazia um frio da porra (sorry pelo palavrão).

Eis que Bebel: - Ai, gente, faz muito frio aqui, preciso de um uísque porque não dá nem para cantar!

Até aí, tudo bem. Outra coisa que tudo bem é que ela é mesmo filha de quem é porque sempre pede mais loop, mais retorno, mais tudo. E Bebel é o máximo… não contente em ser filha do João Gilberto com a Miúcha, sobrinha do Chico e amiga do Cazuza, ela canta que só e faz toda uma linha sensual no palco. Mexe a cadeira com a cadência e elegância que a brasileira tem e parece estar se divertindo muito no palco – a não ser no momento em que ela deu uma escapada do palco e voltou depois de três minutos sem a jaqueta de couro e com uma blusa com um DECOTE (com caixa alta) nas costas.

E o frio continuaba, né? Tanto é que, em um momento, Bebel pediu um “lipgloss” para alguém da produção porque os seus lábios estavam ressecados. E quando o “lipgloss” finalmente chegou às suas mãos, Bebel fe zuma confessão ao público:

- Gente, eu uso Chanel, tá? Mas como hoje é o Dia da Terra, vou passar uma manteiga de cacau.

E o evento era patrocinado pela Natura.

E neste momento minha amiga e eu apoiamos a companheira Bebel silenciosamente hidratando os nossos lábios com o Nivea que a tinha na bolsa e entoando um novo mantra: em vez de dizer “tô boa”, agora a gente quer é estar Bebel.

“Tô Bebel, tá?”

Ah, digno de nota… O evento não só foi lindo como foi o primeiro da América Latina que foi 100% alimentado com energia renovável. Para quem quiser saber como foi, dá para dar uma olhada no site.

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