Janine Cardoso, campeã brasileira de escalada, diz o que você precisa para começar a subir
Janine Cardoso, campeã brasileira de escalada, diz o que você precisa para começar a subir – e por que esta é a melhor época do ano para a prática
Esportes ao ar livre só combinam com o verão, certo? Errado. Para a escalada, o outono é a melhor das estações. Não faz tanto frio quanto no inverno e não chove tanto quanto no verão. As pedras ficam mais secas e, por isso, mais seguras. O tempo aberto também garante outra coisa: a vista de quem chega ao topo.
“Quando você chega no cume, depois dos medos superados, bate um êxtase”, diz a atleta Janine Cardoso, 39 anos, nove vezes campeã brasileira de escalada. Ela já explorou mais de 20 montanhas no mundo e não parou de subir paredões de rocha nem quando ficou grávida da filha, Manuela, 9 anos. “Além de manter o corpo em forma, o esporte dá um sentimento de liberdade.”
À Tpm, Janine diz como e por que começar no esporte.
Por que fazer
“A escalada é um exercício completo. Você precisa superar a dificuldade do movimento e para isso tem que ter condicionamento físico do braço ao último dedo do pé. E faz bem para o lado psicológico. Você esquece todos os problemas enquanto escala porque, se não prestar atenção, acaba deixando a pedra escapar. Exige concentração, é como meditar.”
1º passo
“Na escalada outdoor, o tipo mais indicado para começar é o top rope, em que uma ponta da corda é fixada no alto da parede e a outra, segurada por outro escalador, no chão. Para começar, tanto faz se você está na montanha ou na academia, desde que tenha um instrutor experiente. Para avançar no esporte, no entanto, o melhor é frequentar uma academia com paredes indoor, para desenvolver a parte física. Em São Paulo, gosto da Casa de Pedra e da 90 graus.”
Vai lá: Casa de Pedra – r. Venâncio Aires, 31, Água Branca, São Paulo, SP, (11) 3875-1521, www.escaladaindoor.com.br; 90 graus – r. João Pedro Cardoso, 107, Campo Belo, São Paulo, SP, (11) 5034 8775, www.90graus.com.br
Melhores vistas
“No Brasil, um dos lugares que mais gosto de escalar é a Serra do Cipó, em Minas Gerais [a 100 quilômetros de Belo Horizonte]. Lá existem escaladas desde o nível iniciante até o avançado. Outro destino legal é o Visual das Águas, em Bragança Paulista [SP].”
Kit básico
“Para os iniciantes no outdoor, indico o uso do capacete, porque às vezes a parede acaba soltando pedrinhas, que podem incomodar. Tanto ao ar livre como em ginásios indoor, os instrutores alugam os itens básicos: a cadeirinha, os freios, a sapatilha e o magnésio em pó, para as mãos, que, com o tempo, ficam ressecadas. Costumo lixá-las para tratar os calos e manter a pele uniforme. E sempre uso creme hidratante. O [americano] Climb On é específico para escaladores e trata fissuras mais profundas.”
Vai lá: www.climbonproducts.com
Musa inspiradora
“Admiro a americana Lynn Hill. Ela tem 52 anos e foi a primeira pessoa a chegar ao topo da parede The Nose, na Califórnia, nos Estados Unidos, fazendo escalada em livre [sem apoio, subindo apenas com a força das mãos], só com o equipamento mais básico de segurança. Até hoje ela incentiva a escalada de forma prazerosa, com muita humildade.”
Vai lá: Climbing free – My life in the vertical world (Escalada livre – Minha vida no mundo vertical), biografia escrita por John Long e Greg Child, ed. WW Norton, R$ 44,60; Brave new wild, documentário independente sobre a geração de Lynn Hill, com lançamento previsto para 2013, bravenewwild.com
Agenda - Entre maio e junho acontece a abertura da temporada em oito picos brasileiros: em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Santa Catarina e no Paraná. Informações sobre escaladas, oficinas e trilhas estão no site Mulheres na montanha. A página, além de divulgar a modalidade, promove saídas só para mulheres. Vai lá: www.mulheresnamontanha.com.br; migre.me/dWrAG |