Música para os olhos

Em sua edição de estréia, a Caravana da Música desembarca em Aquidauana

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Aquidauana é uma cidadezinha encravada no Mato Grosso do Sul, a 130 km da capital, Campo Grande. É conhecida por abrigar a maior concentração indígena do Centro-Oeste e também o maior carnaval fora de época da região, a Pantaneta, que rolou no feriado de 7 de Setembro. Possui vegetação rica – uma mistura da exuberância típica do Pantanal com os tons opacos do cerrado –, além de rios, baías e megafazendas.

Mas nem tudo são flores, ou melhor, floresta, em Aquidauana. A educação nas aldeias indígenas é precária, suas terras estão improdutivas e seus costumes estão se perdendo com a chegada das drogas, das bebidas e da prostituição e com o cenário de miséria.

Para aliviar esses problemas, no começo deste mês, os aquidauanenses tiveram outro motivo além da Pantaneta para festejar. A cidade recebeu a primeira edição da Caravana da Música, uma parceria da ESPN Brasil com a Unicef, chancelada pela cantora Daniela Mercury.

Making of

Segundo Adriana Saldanha, diretora da Caravana, a idéia é fazer com que as crianças de comunidades afastadas – indígenas, quilombolas, ribeirinhas, periferias etc. – tenham contato com a música e, por meio dela, desenvolvam a coordenação motora, melhorem a auto-estima e ainda descubram que a escola pode ser divertida.

O projeto itinerante acontece simultaneamente com a Caravana do Esporte, que tem os mesmos pressupostos, mas troca as atividades rítmicas pelas esportivas e tem o apoio do IEE (Instituto de Educação e Esporte). Na estrada desde 2005, a veterana passou por 25 Estados e atendeu 21 mil crianças. Neste ano, outros cinco destinos estão assinalados no mapa da Caravana do Esporte e de sua nova parceira.

A ação em Aquidauana teve como palco a Escola Municipal Erso de Andrade. Lá, foram montadas seis estações esportivas (futebol, atletismo, ginástica rítmica, vôlei, tênis e basquete) e duas tendas para as atividades musicais, pelas quais as crianças se revezam sob o olhar atento de professores de peso, como o velocista Claudinei Quirino e a ex-jogadora de vôlei Ida. Enquanto elas brincavam, os professores da cidade também recebiam atenção: eles eram orientados pela equipe pedagógica das Caravanas sobre como dar continuidade ao projeto.

Daqui a um ano, a Caravana da Música e a Caravana do Esporte pretendem voltar para conferir o que foi feito desde que partiram. Não é um projeto revolucionário nem quebra paradigmas, mas leva alguma esperança para as comunidades mais afastadas e esquecidas.

No dia 7 de outubro às 22h a ESPN Brasil leva ao ar o documentário produzido sobre a Caravana do Esporte e a Caravana da Música em Aquidauana.